Já nos habituámos, infelizmente, a assistir pela televisão e pelos jornais a um espectáculo que tem tanto de surpreendente como de chocante.
Surpreendente, na medida em que ficamos prostrados ao ver polícias a serem presos por polícias, sob alegadas suspeitas de tráfico de droga, extorsão e cobranças ilícitas, corrupção e outras coisas tais, crimes de lesa-majestade que julgávamos só serem praticados pelo comum dos mortais! Santa ingenuidade a nossa! Ou talvez não…
Mas, também é chocante, porquanto tínhamos como certo que uma das funções principais das nossas polícias, seja da PSP, da GNR ou outras, é a manutenção da segurança e da ordem públicas.
Agora percebemos por que razão existem elementos das forças de segurança que têm verdadeiras moradias apalaçadas e luxuosas, com piscina e tudo, carros topo de gama à porta e na garagem, motas de água e férias no estrangeiro…
Pensávamos que tinham simplesmente arranjado um pé-de-meia, recebido uma herança ou acertado no euromilhões.
Agora, mais atentos, quando começamos a olhar para os ordenados dos polícias e para os sinais de riqueza que alguns apresentam, constatamos que, efectivamente, a “bota não bate com a perdigota”, sobretudo quando levamos em linha de conta que o nosso ordenado será certamente um pouco mais elevado do que o de muitos deles, sendo que a única semelhança que há, por exemplo, entre a nossa “piscina” e a destes polícias é que, a deles, está na rua e é azulinha e tudo, a nossa, está dentro de casa, mais concretamente na casa de banho e só dá para uma pessoa (com excepção dos momentos mais românticos em que, abrindo-se uma excepção, passa a dar para duas)!
Nosso Deus, estivemos este tempo todo enganados!
Afinal, parece que há mesmo alguma “bófia” trafulha e que merece ir imediatamente para a prisão, sem passar pela casa da partida.
E nós a pensar que o problema era só a “Super Bock” fresquinha…