Talvez os factos e curiosidades que expomos abaixo ajudem a explicar e a compreender a fraca competitividade das nossas empresas, o mau desempenho de muitos dos nossos empresários e o não aproveitamento de bons recursos humanos que ainda vão proliferando por aí:
-75% das equipas directivas não têm uma proposta de valor para os clientes articulada de forma clara;
-85% das equipas directivas gasta menos de uma hora por mês a discutir a estratégia;
-60% das organizações não relacionam estratégia e orçamentação;
-92% das organizações não reportam o desempenho de indicadores estratégicos;
-Menos de 5% dos colaboradores, em média, compreendem a estratégia;
-A taxa de insucesso das estratégias ronda os 70 a 90%, sobretudo por causa da deficiente implementação.
Todos os anos sem excepção, de há muitos a esta parte, com a chegada do Verão começam a surgir, um pouco por todo o país, os incêndios.
Este ano, a 2ª quinzena de Julho marcou o início dos grandes incêndios, como se esta chaga, que não é um problema exclusivo do nosso país (veja-se o caso absolutamente catastrófico da Rússia), tivesse data marcada!
Até agora, segundo as autoridades, nomeadamente a Protecção Civil, já arderam em Portugal cerca de 20.000 hectares de floresta, para além de animais, habitações e outras instalações.
Há a somar a este número, a morte de dois bombeiros.
Para quem segue todos os anos este flagelo, não precisa de fazer nenhuma reflexão mais elaborada ou técnica sobre as verdadeiras causas destes incêndios para chegar à conclusão de que, todos os anos e de forma cíclica, são apontadas três grandes causas (mas, certamente não as únicas) para a ocorrência destes fenómenos: causas naturais, mão criminosa e ordenamento das nossas florestas.
Estamos em crer que a primeira causa apontada, a natural, representará uma pequena percentagem do todo, mas, não a excluímos, na medida em que parece-nos admissível que a conjugação de factores decisivos podem perfeitamente contribuir para a deflagração de um incêndio.
Quanto à segunda causa, as coisas já mudam de figura, pois do que se trata agora é da mão criminosa das pessoas que, ressalvados alguns casos de sucesso, ainda continuam a perpetrar impunemente estes crimes.
E incluímos aqui todas aquelas que de forma negligente contribuem para a deflagração de um incêndio, seja porque deitam cigarros para zonas que constituem autênticos barris de pólvora, seja porque teimam em continuar a fazer piqueniques nas matas e pinhais, ateando lume para assar o que quer que seja, seja ainda porque lançam foguetes ou outros engenhos da mesma natureza.
E todos os anos as campanhas de prevenção multiplicam-se, somos todos alertados para certos comportamentos de risco que são absolutamente proibidos, e todos os anos assistimos ao mesmo espectáculo horrível e penoso.
Há aqui muito a fazer no comportamento irresponsável e criminoso de muita gente, mas há também que persegui-los, levá-los a julgamento e fazê-los pagar efectivamente pelos crimes que cometem.
Enquanto assistirmos a criminosos incendiários serem detidos, levados a um juiz e a saírem na mesma hora com uma simples medida de coacção de TIR (Termo de Identidade e Residência), e que, depois, passado o calor do momento, nunca mais ouvimos falar deles e do que a Justiça lhes fez, essa justiça ligeira vai fazer com que os mesmos voltem a incendiar e motivem outros a seguirem-lhes as pisadas, muitas vezes a troco de uma cerveja.
Finalmente, a terceira causa, a do ordenamento da nossa floresta, também não é nova e terá certamente os seus responsáveis.
Como ainda hoje se dizia na televisão, como é possível haver hectares e hectares seguidos de plantação de pinheiro manso e eucalipto, por exemplo, sem que existam “cortes naturais” que criem obstáculos também naturais à propagação dos fogos, e que sirvam ao mesmo tempo de vias de acesso aos bombeiros para eventuais situações de incêndio?
Afinal, apesar de todos os anos assistirmos a um cortejo de discursos de pessoas bem falantes e eruditas, apesar de se fazerem imensos debates sobre toda esta problemática, o que foi feito em Portugal nestes últimos anos ao nível do ordenamento das nossas florestas? Qual a contribuição dos responsáveis políticos para a prevenção deste flagelo que são os incêndios?
É que não basta vir para a televisão dizer que todos os meios estão no terreno, que os bombeiros e todas as forças intervenientes fizeram tudo o que estava ao seu alcance para salvaguardar a integridade de pessoas e bens.
É preciso encontrar soluções para todas estas questões e, sobretudo, é preciso dizer aos portugueses o que foi e o que está a ser feito no que à prevenção, responsabilização das pessoas e ordenamento das florestas diz respeito.
Isto para evitar que no próximo ano ardam mais 20 ou 25 mil hectares, e no outro, e depois no outro, e ainda no outro… e andemos sempre a fazer o mesmo, como a lesma.
É caso para dizer que é preciso ter coragem e inteligência para cortar o mal pela raiz.