Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 23:24link do post | adicionar aos favoritos

 

Carina João, deputada da Nação, vem nas suas “Actualidades” (Versão IV) abordar o tema (previsível) do Orçamento do Estado para 2011, sob o título “Merecemos melhor…”.

Claro que merecemos melhor, todos os portugueses sem excepção merecem mais e melhor, sobretudo merecem políticos dignos desse nome que, à frente dos seus interesses pessoais, ponham os interesses do país.

E esta triste realidade não podia encontrar melhor exemplo na palhaçada que foram, do princípio ao fim, as negociações entre PS e PSD para a viabilização do Orçamento.

Tanto pelo lado do Governo, como pelo lado do maior partido da Oposição, o festival que envolveu as negociações não podia ser mais degradante e ser amplamente comentado, tanto em Portugal como na Europa e no mundo, mas pelas piores razões.

As tácticas eleitoralistas que redundaram num possível acordo, mas que depois já não era e que mais tarde viria a sê-lo, enjeitam a seriedade e a responsabilidade dos agentes políticos que o país neste momento tanto reclamava.

O esticar a corda num Portugal já de si sem corda absolutamente nenhuma para esticar é uma gravíssima irresponsabilidade política, que só não será exemplarmente punida pelos portugueses porque, infelizmente, estamos todos tão acostumados a ser um país de brandos costumes, que o protesto e o bradar aos céus do momento dá depois sempre lugar ao esquecimento ou à resignação.

Carina João também não evitou desta vez em dar a sua habitual facadinha no governo PS, acusando-o de apresentar uma má proposta de Orçamento e de ser o único causador do lodaçal a que chegámos.

Infelizmente, a chicana e o lodaçal, a arena preferida de alguns, prevalecem sobre a responsabilidade de quem quis, e quer, ajudar a iluminar o fundo do túnel”, declara Carina João.

 

É preciso ter muita lata para falar em responsabilidade, quando o que o país assistiu foi a um filme lamentável de terror protagonizado pelos dois partidos que se revezam no poder desde que vivemos em democracia.

E a lata de Carina João vai ainda ao ponto de afirmar que “é preciso fazer esforços, fazer cedências e a negociação é isso mesmo, mas acima de tudo tem que haver bom senso nas decisões, com ponderação mas sem cedência a qualquer tipo de chantagens. E muito menos vindas de quem nos trouxe impunemente até à situação em que nos encontramos, a todos os títulos deplorável, que não só podia como devia ter sido evitada atempadamente”.

É caso para perguntar se Carina João não acompanhou pelas televisões (ou, no seu caso privilegiado, in loco) as negociações e se não ouviu as declarações que foram sendo produzidas pelas partes intervenientes, ou se não ouviu o líder do seu partido, numa deslocação ao norte do país, dizer aos jornalistas, à saída do encontro que manteve com os seus correligionários, que ainda não havia acordo quando, segundos depois, o seu assessor relatava à comunicação social que afinal já havia acordo, ou se não viu o tom crispado com que Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga se apresentaram ao país para explicar as razões do não-acordo, ou se não viu ainda a forma displicente como foi tratada esta questão de vital importância para o país, com a agravante de se encontrar sob os olhares circunspectos dos nossos parceiros europeus e dos mercados internacionais.

 

A promiscuidade pindérica que existe entre os interesses nacionais e os interesses partidários, condimentada por estas bestiais lideranças, não deixa alternativa a este nosso país de artificiais e loucas vaidades e de tristes resultados.

Acaso fosse o PSD que estivesse no Governo, as balofas armas de arremesso mudariam para as mãos dos socialistas e o país continuaria a assistir serenamente a este pobre espectáculo. Como se ambos não fossem co-responsáveis pelo estado a que chegámos e não estivessem enterrados até à medula neste pântano que congrega não só as mais altas esferas do poder, como também todos aqueles que só sabem comer da manjedoura do Estado, e que contribuem com a sua menoridade e desonestidade intelectual para a corrupção, para o clientelismo e para a cada vez maior degradação da nossa administração pública.

O pior é que esta gente criminosa, que ainda se deslumbra com o país falido que temos e que insiste em sugar até ao tutano os poucos recursos que nos restam e que são de todos, vai continuar a pavonear-se por aí sem que a nossa justiça (qual justiça?) ponha cobro a este escandaloso regabofe.

Mas, realmente o pior, é que os partidos encobrem-se uns aos outros, porque todos têm rabos-de-palha e lixo humano que convém sacudir para debaixo do tapete.

Pese embora todo o respeito que ainda nos merecem alguns dos actuais agentes políticos, a verdade, porém, é que as teias obscuras em que se movimentam e a escória que gravita na sua órbita coarcta-lhes qualquer sã tentativa de mudar as coisas, acabando depois por soçobrar apenas a impotência e o comodismo.   

Perante esta inexorável realidade, queira Deus que Carina João não esteja daqui a um ou dois anos a engolir as suas próprias balelas. Mas, nessa altura, cá estaremos nós para lhe avivar a memória.

 

Apelo 2: Continuamos a pensar que seria mais importante vermos nas colunas do “Notícias de Ourém” o trabalho desenvolvido pelos nossos deputados na Assembleia da República em prol do seu concelho, do que extensas dissertações que nada ajudam ao progresso da nossa terra. Partindo do princípio que a maioria da população do concelho de Ourém, sobretudo a mais idosa, não acede com regularidade à Internet (se é que chega a aceder), e cujo único meio de informação local é o jornal, diga-nos lá então, cara deputada, para além das alterações ao traçado do IC9, em que outras matérias de relevante interesse para o nosso concelho tem a senhora participado? Ou a jovem deputada acha que isso não é importante e os oureenses só prestam para lhe pagar o ordenado?


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 17:18link do post | adicionar aos favoritos

 

Um dos temas quentes da agenda do Conselho Europeu reunido em Bruxelas quinta e sexta-feira passadas foi a proposta do eixo franco-alemão de alteração do Tratado de Lisboa no sentido de aplicar sanções políticas aos Estados-membros que não cumprissem as regras orçamentais estabelecidas, concretamente a suspensão do direito de voto nas reuniões ministeriais e nos conselhos europeus.

Com efeito, segundo noticiou o “Jornal Sol” desta sexta-feira, “Paris e Berlim decidiram bilateralmente assumir as rédeas da futura regulação às economias da zona euro, apesar de, à luz das regras do Tratado de Lisboa, ter sido criada com esse objectivo uma equipa de trabalho composta pelos ministros das finanças da zona euro e liderada pelo presidente permanente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy”.

Este directório franco-alemão, para além de ser repugnante e de evidenciar a velha pretensão dos estados mais fortes em controlar e impor as regras aos estados mais fracos e pequenos, faz avivar o problema que a Europa enfrenta ao nível das lideranças e do futuro que pretende para si própria.

A evidência dos factos mostra-nos que os actuais líderes europeus estão apenas preocupados com o seu umbigo, e não encaram o espaço que a União Europeia representa como um todo coerente, onde a solidariedade entre estados deve sobrepor-se às vontades individuais de cada um deles.

 

E isto verificou-se, por exemplo, aquando da ajuda financeira à Grécia que, por imposição da Alemanha, tardou a efectivar-se. Um adiamento compreensível à luz dos interesses de Berlim, mas injustificado se levarmos em linha de conta o que representa o projecto europeu – um espaço de liberdade, uma união económica, monetária e política fortes, um território onde deve predominar a solidariedade entre os povos e a coesão social, um espaço de cultura e de integração plena, uma Europa que respeita as diferenças dos estados que a compõem e os direitos fundamentais dos cidadãos.

Ora, é esta ideia federalista da Europa, precisamente aquela que os seus “Pais Fundadores” almejaram, que está em causa com estas lideranças medianas e medíocres.

Lideranças que fazem com que o projecto europeu seja um percurso que avança e recua, que não mobiliza as pessoas e que parece nunca vir a atingir os objectivos para que foi criado.

A exigência alemã de suspender o direito de voto dos Estados-membros que se desviem das metas orçamentais definidas por Bruxelas é mais um reflexo dos interesses egocêntricos destas potências e das suas lideranças, que minam o projecto europeu e que constituem um exemplo da fraca vontade de os seus líderes prosseguirem esta difícil mas necessária tarefa de construção de uma Europa unida e forte que, mais do que benéfica para o espaço europeu, traria equilíbrio e claros benefícios para todo o mundo.

Os “Estados Unidos da Europa” são, por isso e cada vez mais, uma condição de sobrevivência e de progresso, e menos um capricho ou uma utopia de meia dúzia de visionários que se deleitaram a pensar o que seria melhor para todos nós, europeus.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 00:27link do post | adicionar aos favoritos

Foto: "DN" Online


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