Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 10.10.10 às 20:02link do post | adicionar aos favoritos

 

O nosso país de costumes brandos e terceiro-mundistas ganhou mais uma preciosidade para arrecadar nos anais da História.

Segundo o “Jornal de Notícias”, o “Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) ameaçou ontem, sexta-feira, impugnar a Lei do Orçamento do Estado de 2011, caso esta seja viabilizada com os cortes salariais que o Governo anunciou para a função pública”.

A ameaça foi materializada numa carta repugnante, radical e obtusa que a direcção do sindicato fez chegar aos seus associados, na qual apelava à sua mobilização em prol da impugnação judicial da Lei do Orçamento do Estado de 2011 caso esta continue a prever a redução de 5% da massa salarial na função pública.

A ser publicada nestes moldes, o SMMP considera que esta lei é imprópria de um Estado de Direito e violadora de princípios constitucionais fundamentais”.

Esta posição reaccionária tanto mais choca quanto é sabido que a existência de sindicatos num órgão de soberania é não só de legalidade duvidosa como também socialmente imoral e incompreensível.

Como se a situação que envolve a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano já não fosse complexa, dada a situação de crise económica e social que vivemos, com a irresponsabilidade latente dos partidos políticos em não definirem uma posição clara em nome do interesse nacional, preferindo enredar-se em teias opacas e em jogos políticos asnáticos que em nada abonam a imagem e a credibilidade de Portugal junto dos mercados e organismos internacionais, aparece agora o SMMP a agir como força de bloqueio, em sentido completamente desconexo e pernicioso para o país, numa clara tentativa de chantagear o governo, mas brincando irresponsavelmente com a aprovação de um documento de vital importância para a actual situação que enfrentamos.

 

Não está em causa a bondade do PEC 3 e a oportunidade em que foi apresentado ao país, nem a justiça das medidas que o enformam. Isso é matéria para outro debate. Agora, o que sabemos é que se estas medidas duras que atingem os portugueses não forem adoptadas, então será o colapso total.

Perante este esforço abissal de salvação nacional, eis que surge este vil sindicato numa tentativa revolucionária de privar o país do seu orçamento e abrir as portas para uma crise política a juntar à crise económica e social que já temos.

Finalmente, não resistimos a publicar aqui um último excerto dos avisos ignóbeis formulados pelo SMMP: “a desmotivação que as medidas anunciadas trarão aos magistrados, aliada ao congelamento das entradas de novos funcionários e de magistrados do MP, ao aumento do número de jubilações, bem como o desinvestimento no sector, provocarão o colapso do sistema de Justiça”.

O que esta escória parece não ter ainda percebido é que o Sistema de Justiça já entrou em colapso há muito tempo, que é ela própria a chave do problema e uma das razões principais para a descredibilização do Sistema Judicial português.

 

Segundo o “Jornal i”, João Palma, presidente do SMMP, não descarta mesmo a hipótese de aderir à greve geral marcada para 24 de Novembro!

Ora pois, magistrados na rua a reivindicar os seus “direitos adquiridos”.

E que tal o Presidente da República constituir o seu próprio sindicato, ou o Parlamento, ou o Governo, e virem todos alegremente para a rua gritar palavras de ordem e clamar por uma República melhor?

Pelo menos, assim a palhaçada seria total e ninguém teria motivos para se sentir discriminado.

Julgamos que é preciso de uma vez por todas ter vontade e coragem políticas para banir definitivamente a existência de sindicatos afectos a qualquer órgão de soberania em Portugal.

É um escândalo e uma vergonha nacional.  


mark spitz a 11 de Outubro de 2010 às 03:46
Se a estupidez fosse água v. era uma piscina olímpica

João Carlos Pereira e Friends a 11 de Outubro de 2010 às 12:18
Caro leitor,

Antes de mais, obrigado pelo seu comentário, embora tenha sido um pouco irritado.
Mas, a liberdade de expressão tem destas coisas: umas vezes ouvimos comentários bons, outras nem por isso.
Não obstante, creia-nos o estimado leitor que o que aqui escrevemos não pretende agradar a todos, muito menos criar unanimismos que são sempre prejudiciais à democracia.
Quanto à água e às piscinas de que fala, acredite que existem em Portugal muitos seguidores das ideias que aqui defendemos, donde estamos em crer que em vez de uma, seriam necessárias muitas piscinas olímpicas, quiçá milhares, para pôr tanta água que vai jorrando pela nossa sociedade.
Claro que o anonimato é sempre mais cómodo, mas nós preferimos dar a cara e assumir as nossas ideias.
No nosso caso em particular, precisamos de pelo menos sete piscinas, já que este é um Blog de um conjunto de pessoas e não de apenas uma. Daí a razão de utilizarmos a primeira pessoa do plural e não a primeira pessoa do singular.
Atenciosamente, somos,

João Carlos Pereira e Friends

Rui a 11 de Outubro de 2010 às 22:14
Este é o país do faz-de-conta, da hipócresia e dos interesses corporativistas.
Como o sistema está actualmente é melhor desmoronar-se, fazer uma limpeza e começar tudo de novo, desta vez sem sindicatos e com mais transparencia.

João Carlos Pereira e Friends a 14 de Outubro de 2010 às 23:11
Ora aí está, caro Rui, uma possibilidade...

João carlos Pereira e Friends

Almeida a 14 de Outubro de 2010 às 22:15
O estado da Justiça e o Galo de Barcelos

Afinal a resposta para a crise da justiça portuguesa estava mesmo aqui, escondida há cinco séculos no mais emblemático símbolo da Nação.

Ora leia a lenda do nosso querido Galo de Barcelos, em citação directa da wikipedia, e vai ficar a perceber que pouco ou nada mudou em cinco séculos, e que continuamos fieis a nós mesmos, o que bem vistas as coisas é uma grande qualidade. Uma ressalva importante: o leitor é livre de substituir os protagonistas seiscentistas pelos actuais, galináceo inclusivé.

Talvez seja conveniente pedir ajuda aos senhores do Conselho da Europa que tiveram a distinta lata de recusar os nossos três juízes: será que alguém lhes tinha dado um galo de Barcelos, como recordação de Portugal?

«Segundo a lenda, os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime, para o qual ainda não se tinha descoberto autor. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, de repetidamente afirmar que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, em cumprimento duma promessa. Condenado à forca, o homem pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa e exclamou: «É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem”. O juiz empurrou o prato para o lado e ignorou o apelo, mas quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Compreendendo o seu erro, o juiz correu para a forca e descobriu que o galego se salvara graças a um nó mal feito. O homem foi imediatamente solto e mandado em paz.»

De facto, em Portugal, só por milagre se faz justiça.

link:
http://www.destak.pt/opiniao/77502-o-estado-da-justica-e-o-galo-de-barcelos

João Carlos Pereira e Friends a 14 de Outubro de 2010 às 23:10
Caro leitor,

Obrigado pelo seu comentário / post!
Isabel Stilwell tem toda a razão, e o caro leitor teve uma excelente oportunidade para deixar aqui esta preciosidade que nos remete para a nossa História, ainda que sejamos confrontados com a triste realidade de que parece que ainda vivemos no passado!

Atentamente,

João Carlos Pereira e Friends

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