Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 26.06.10 às 03:33link do post | adicionar aos favoritos

 

Nos últimos tempos e, em particular, nos últimos dias temos vindo a assistir no nosso país a um coro de vozes pessimistas em relação à actual situação económico-financeira de Portugal, à sua sustentabilidade no médio / longo prazo e às dificuldades com que estamos confrontados nos mais diversos domínios.

Não estamos bem, isso já todos sabemos.

Temos problemas internos há muito identificados, e que não se prendem somente com a conjuntura internacional desfavorável, que não poupa mesmo aqueles ditos países mais desenvolvidos e economicamente melhor preparados, como são os casos da Alemanha e do Reino Unido.

A estes, há que juntar os nossos já velhinhos problemas estruturais, seja no domínio da produtividade e competitividade das nossas empresas, e consequente criação de riqueza, seja ao nível da saúde, da educação ou da justiça, passando pelos problemas do desemprego, da reforma da administração pública e do endividamento do Estado, das empresas e das famílias.

Tudo questões que têm vindo a ser resolvidas com meras operações pontuais e de cosmética, que apenas disfarçam os problemas e não os combatem na raiz.

Mas, aquilo que nos traz hoje aqui tem mais a ver com a confiança que é necessário transmitir aos portugueses e a quem nos observa internacionalmente.

Temos, por isso, na memória as declarações infelizes proferidas pelo presidente do Banco BPI, Fernando Ulrich, não há muito tempo, segundo o qual o país estaria tecnicamente falido, que aos bancos só restaria fechar de vez as torneiras (leia-se congelamento do financiamento) e que a situação económica do país havia chegado a um ponto sem retorno, perigosamente insustentável e de difícil recuperação.

Outro exemplo infeliz, chegou-nos através do discurso oficial do Presidente da República, Cavaco Silva, aquando das comemorações do Dia de Portugal, e reiteradas no final desta semana, para quem Portugal chegou a uma situação insustentável e que tem pela frente grandes tarefas e inevitáveis sacrifícios.

Ora, numa altura como aquela que vivemos actualmente, os portugueses não precisam que lhes lembrem aquilo que já sabem, não precisam que lhes lembrem que atravessamos uma situação económica difícil, e muito menos precisam de ouvir palavras derrotistas como se o país fechasse amanhã ou o mundo acabasse na mesma volta.  

O que todos nós precisamos de ouvir, principalmente da parte de quem tem mais responsabilidades – sejam elas políticas, económicas ou outras –, são palavras de estímulo e de confiança, mas também ideias e sinais claros de que existem soluções e vontade para resolver e ultrapassar os problemas.

O que todos nós precisamos de ver, são plataformas de entendimento entre os principais decisores, são consensos alargados em torno das questões mais periclitantes da nossa vida política, económica e social, que nos têm minado e impossibilitado de evoluir e crescer.  

Não precisamos, por isso, de vozes negativas ou de discursos do bota-abaixo.

Assim como um doente não carece de ouvir que está mal e que vai morrer nos próximos dias ou meses, também o país e os portugueses não carecem destas “vuvuzelas” maléficas e estridentes.

O que todos nós precisamos é de palavras de estímulo e de confiança, para que possamos continuar a acreditar no nosso país e em quem nos dirige e governa.

Mal vai a democracia se prevalecer o contrário. Aí sim, é que nos tornaríamos fatalmente insustentáveis e, pior que isso, social e humanamente medíocres, pequenos e inúteis.    

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