A justiça portuguesa concluiu hoje, quase dez anos passados desde o início do processo Casa Pia, que os senhores Carlos Silvino, Carlos Cruz, Ferreira Diniz, Jorge Ritto, Hugo Marçal e Manuel Abrantes são pedófilos.
O colectivo de juízes deu como provados alguns dos crimes de que vinham acusados os arguidos do processo Casa Pia.
A leitura do acórdão veio confirmar os indícios, pelo que condenou seis dos arguidos e absolveu de todos os crimes a proprietária da casa de Elvas, Gertrudes Nunes, onde teriam ocorrido alguns dos crimes de abuso sexual de menores que constavam do processo.
Para os restantes arguidos, a justiça teve mão pesada, condenando Carlos Silvino a 18 anos de prisão, Carlos Cruz a 7, o médico Ferreira Diniz a 7 anos, o ex-provedor adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, a 5,9 anos de prisão, o advogado Hugo Marçal a 6,2 anos e o embaixador Jorge Ritto a 6,8 anos.
À saída do tribunal, todos os arguidos voltaram a reclamar a sua inocência, afirmando que vão recorrer da sentença.
O advogado de Manuel Abrantes chegou mesmo a afirmar que esta não é uma decisão favorável ao seu cliente, razão pela qual não irá descansar enquanto não obtiver uma decisão que lhe seja favorável.
Como antevíamos há uns dias atrás, este processo ainda está para durar.
Tendo em conta que a justiça portuguesa entendeu estarem provados os crimes objecto desta decisão, pelas palavras dos advogados dos agora condenados depreende-se que, para eles, a justiça será ilibar os seus clientes.
Mais, ficou no ar a ideia de que só haverá justiça caso os seus clientes sejam absolvidos.
Ora, se a justiça deu por provada a matéria factual levada a julgamento e considerou os arguidos culpados, então qual é a verdade que ainda falta apurar para inverter a posição adoptada pelo colectivo de juízes?