Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 05.07.12 às 17:50link do post | adicionar aos favoritos

“O único erro de José Sócrates foi ter integrado no Governo gente que, há anos, considerava sustentável o sistema de pensões que existia.

Só agora e com uma década de atraso, se reparou na sua impossibilidade.

Quem «vê» com dez anos de atraso não pode servir num tempo de mudanças rápidas, como é o nosso.

Não temos margem para andar tão devagar e com vistas tão curtas.

Por várias razões, o Estado social português não poderá manter-se intacto com uma economia que cresce, duradouramente, a uma taxa anual da ordem de 1%, ou até menos; com um desemprego instalado e muito elevado; com uma estrutura etária desequilibrada; com níveis já altíssimos de despesa pública e de carga fiscal; com um universo de «recebedores» do estado que ronda os 6 milhões de pessoas, considerando os funcionários, os pensionistas, os diversos subsidiados e beneficiários.

E assim por diante.

Reformas de preservação do Estado social não são de esquerda nem de direita, são de senso comum, de gente com visão do futuro e sem temor da verdade”.

 

Medina Carreira, Setembro de 2009


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 14.10.11 às 01:01link do post | adicionar aos favoritos

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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 05.10.11 às 16:00link do post | adicionar aos favoritos

Dia em que se proclamou a República em Portugal.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 07.07.11 às 23:14link do post | adicionar aos favoritos

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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 19.06.11 às 17:47link do post | adicionar aos favoritos

 

Confesso-vos que fiquei atónito com o Editorial desta semana do jornal “Notícias de Ourém”, mais concretamente com o facto de o meu estimado amigo “Tony” andar a fazer alegadas pressões junto do director do jornal, no sentido de “diminuir” a exposição pública de outros cronistas (leia-se do PSD/Ourém) nesse mesmo jornal, com a alegada – a fazer fé nos relatos tornados públicos – conivência da Câmara e do seu presidente.

Meus caros, o mundo deve estar de pernas ao contrário, anda tudo doido, ou então a esclerose deve ser mais do que múltipla, perdoe-se-me a expressão, mas é mesmo assim.

Afinal, segundo me lembro, antigamente nas reuniões de secretariado ou da comissão política do PS/Ourém, indignávamo-nos e criticávamos o PSD por usar o dito jornal como meio propagandístico, de fazer uma selecção quase natural dos artigos que publicava e, sobretudo, quem poderia figurar nessa lista, e agora, vira-se o feitiço contra o feiticeiro, e são vocês aqueles que, segundo alegadamente parece, andam a fazer aquilo que criticavam quando estavam na oposição.

A ser verdade o que se tem escrito, será bom porem a mão na consciência e não cuspirem no prato onde um dia já comeram.

Meus senhores, a dignidade e a abnegação que se reclama no exercício do poder político neste país semi falido e podre que se chama Portugal, também passa pela bondade e honestidade com que se exerce o poder autárquico.

Aliás, quando a nível local vemos enquistamentos e desconformidades destas (para não lhe chamar nomes mais feios), imagine-se o que não vai por esse país fora.

Pois bem, sabendo eu que o país não precisa de “xicos espertos” e de muletas, ou até mesmo de canadianas, vamos a ganhar juízo que é para ver se, para a próxima, não têm de engolir o sapo que o infortunado Sócrates teve de engolir nestas eleições.

Seria uma grande frustração, eu diria uma frustração do outro mundo, uma espécie de peregrina ou “Moura” frustração.

Seria interessante esta combinação de juventude, uma certa rivalidade é certo, mas com certeza muito profícua para a sã concorrência entre os partidos políticos, entenda-se o PS e o PSD/Ourém, a lembrar a juventude deste décimo nono governo.

Claro que vos falo na já anunciada candidatura de João Moura à presidência da comissão política concelhia do PSD/Ourém.

Fonseca e Moura são ambos jovens e a combinação de juventude poderá ser uma mais valia para o concelho.

O que não se compreende, é o facto de andarmos sempre a bater na mesma tecla, seja aqui no burgo, seja no país.

E tudo isto vem no sentido da questão de fundo inicial: mas por que raio tem a política de intrometer-se nos órgãos de comunicação social? Mas, não se aprendeu tanto com a estupidez de Sócrates e com os infortúnios de Portugal? Ninguém aprende a lição? Andará tudo louco? Mas, onde pára a responsabilidade? Haverá alguém que ainda acredite neste embuste?

Assim não vamos lá, enquanto concelho e enquanto país.

Deus vos perdoe, e a mim também, porque pecamos.

 

João Pereira    


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 18.06.11 às 01:04link do post | adicionar aos favoritos

 

Faz hoje um ano que o país e o mundo viram partir o prémio Nobel da Literatura, José Saramago, aquele a quem o poder de Portugal negou há já algum tempo a sua candidatura a um importante concurso literário internacional.

O país deve-lhe esse erro, e a honra de figurar entre os “grandes” da História de Portugal.

Mesmo sem Ministério da Cultura, será bom que o novo governo não descure as questões culturais e artísticas, e aquilo que elas podem representar para o turismo (dito cultural), enquanto actividade comercial que tem por particularidade “exportar-se” cá dentro.

Entretanto, as cinzas de Saramago irão, a partir de hoje, repousar no seu país, Portugal, junto a uma oliveira cuidadosamente colocada junto ao seu memorial em Lisboa.

Desta vez, será a sua última e derradeira viagem, aquela que o irá eternizar como “um ilustre de Portugal”.  


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 17.06.11 às 19:31link do post | adicionar aos favoritos

 

Já Churchill dizia que não são os partidos da oposição que ganham eleições, mas antes é o partido do poder que as perde.

Por cá, algumas mentes mais iluminadas também disseram que não foi o PSD nem o CDS-PP que venceram as legislativas de 5 de Junho passado, foi o PS de Sócrates que as perdeu ingloriamente.

Não sabemos se a narrativa está certa, apenas constatamos que Passos Coelho é agora o primeiro-ministro de Portugal, com um governo de coligação com o CDS-PP.

Sabemos também que o Partido Socialista foi o grande derrotado nestas eleições, e que José Sócrates, ao assumir em plena noite eleitoral que os resultados negativos alcançados pelo PS eram de sua única responsabilidade, entendeu que havia chegado o momento de abrir um novo ciclo político dentro do próprio Partido Socialista, dando assim espaço a uma nova liderança e a uma nova estratégia, e escancarando os corredores do partido para que as tropas se comecem a mobilizar para eleger o novo secretário-geral do Partido Socialista.

 

Seguro e Assis, já mobilizados para o embate final, terão certamente razões para achar que a conjuntura internacional e as medidas duríssimas, mas necessárias, que têm vindo e continuarão a ser impostas aos portugueses foram as principais razões para que estes penalizassem o seu partido nestas eleições.

Nem será estranho que os socialistas se mostrem inclinados a repetir o mesmo argumento de que a bola de neve das crises financeira e económica internacionais terem sido fatais para o país, a que se juntaria a crise das dívidas soberanas e o efeito dominó que as sucessivas medidas (ou não-medidas?) tiveram ao nível do crescimento da economia, mas também no equilíbrio das contas públicas.

 

Nesta perspectiva, e ainda à luz da ideia de Churchill, parece de admitir que foi de facto o Partido Socialista (o partido do poder) que perdeu as eleições, e não o PSD que as ganhou.

Ainda que este argumento possa ser verdade, dentro do PSD certamente há-de prevalecer a ideia de que os portugueses “chumbaram” a avaliação de desempenho do governo, não só pelo percurso irresponsável e sinuoso a que Sócrates expos o país ao longo (sobretudo) dos últimos quatro anos, com muitas curvas e contracurvas, mas também porque, por consequência dessas erradas políticas e má prática governativa, o governo contribuiu para o descalabro económico e financeiro do país e, em particular, do ponto de vista social e das condições de vida dos portugueses.

Aqui o PSD encontra os condimentos necessários para cantar vitória, e acaba por subverter mais uma vez a ideia de Churchill, subsistindo a dúvida de saber se foi o PSD que venceu as eleições ou se foi o PS que as perdeu.

Alguns poderão dizer que ambas as afirmações são verdadeiras, ou seja, quer estejamos do lado do partido vencedor ou do partido derrotado, as perspectivas vão sempre condizer com a posição que ocupamos: se um partido ganha as eleições, o impulso natural é para se afirmar vitorioso e assumir o feito como uma grande conquista; já se se tratar do partido derrotado, a tendência é no sentido de que assuma essa derrota e interiorize essa perda.

Foi assim com Passos Coelho e com José Sócrates.

Sócrates assumiu plenamente os resultados eleitorais que penalizaram o PS, pôs o seu lugar à disposição do Partido Socialista e afastou-se por tempo indeterminado.

 

Passos Coelho interiorizou a sua vitória, embora as actuais circunstâncias do país não deixassem margem ao partido para exteriorizações frenéticas de entusiasmo pela conquista do poder.

Coelho foi comedido na festa, não cantou de galo, mas nem por isso deve ter deixado de sentir um enorme alívio e um impulso de entusiasmo e alegria. Certamente que na sua óptica não foi o PS que perdeu as eleições, foi o PSD e a sua liderança que melhor soube conquistar a confiança dos portugueses e venceu as eleições.

O problema aqui não é pois de forma, é antes de conteúdo.

Na verdade, não importa tanto saber se é o partido que está no poder que perde as eleições em detrimento daquele(s) que está(ão) na oposição, nem se a tónica deve ser colocada naqueles que, estando na oposição, ascendem ao poder pela vitória nas eleições.

O que importa saber é qual a razão por que um partido perde eleições.

Logo, o que importa saber nesta história não é se o Partido Socialista encara este desaire eleitoral como uma responsabilidade sua, ou se o PSD beneficiou do desgaste do governo e da crise instalada no país para se refastelar em São Bento.

Não nos importa que o PSD assuma a vitória e que o PS expie os seus pecados.

O que vemos como mais importante é que o novo governo, juntamente com os parceiros sociais e a sociedade civil, saiba doravante, entre outras coisas, estar à altura das dificuldades, saiba aproveitar os numerosos diagnósticos realistas sobre o país que foram sendo feitos ao longo dos anos, saiba corrigir os erros e enquistamentos que corroem o funcionamento da administração pública como um todo, saiba procurar consensos e compromissos alargados para a exigente tarefa de aplicação do programa de resgate assinado com as instituições internacionais, ou que, numa perspectiva macroeconómica, seja ambicioso o bastante para resolver de uma vez por todas o estrangulamento da actividade económica, a sua estagnação e recessão, o problema do endividamento público e privado, o desequilíbrio das contas públicas, já para não falar no plano social e no desemprego, questões que têm vindo a acentuar-se e a constranger de forma absolutamente penosa as famílias portuguesas.

 

Mas, este é também o momento para enveredarmos por uma exigente reflexão sobre o queremos ser enquanto país, que objectivos temos para Portugal, e desses, quais irão moldar e condicionar as nossas tarefas actuais.

Afinal, em ordem a que superiores interesses nacionais estamos todos convocados para o jogo arriscado e de sacrifício que o futuro nos reserva?

Não basta dizermos apenas que o país é um pântano ou que está de tanga, que existem esqueletos escondidos no armário e que só discutimos “pintelhos”, ou ainda que não há dinheiro nem para mandar cantar um cego.

Não basta dizer ou criticar, é preciso agir, mas com urgência.

O erro em que Portugal caiu durante largos anos – o de discutir os problemas pela rama e não os aprofundar nem os encarar de frente, reféns que sempre estão os partidos políticos da popularidade dos seus governos e da perspectiva egocêntrica de uma reeleição – conduziram-nos ao ponto de ruptura em que nos encontramos.

Agora, é tempo de sermos nós – os portugueses – a criar uma ruptura com os paradigmas obsoletos do passado e a catapultar o país para a linha da frente.

E Portugal tem tantas possibilidades…

Esperamos que o governo de coligação PSD / CDS-PP não nos desiluda e que faça aquilo que o governo de Sócrates não fez, sob pena de estarmos a desperdiçar uma das últimas oportunidades de ouro para agarrar com sucesso o futuro.

Quem ganha e quem perde? Quem ganha não sabemos, mas quem perde é seguramente o país e os portugueses.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 22.05.11 às 20:24link do post | adicionar aos favoritos

 

Segundo os analistas políticos, quer Sócrates, quer Passos Coelho, se acaso perderem as eleições, serão imediatamente substituídos pelos seus aparelhos partidários nas respectivas lideranças.

Então, se são assim tão bons, por que raio terão de ser substituídos? Por não conseguirem obter o poder e não poderem sustentar as suas clientelas?

De facto, o Estado é uma grande manjedoura, ou uma grande vaca, cujas tetas não têm descanso e não param de ser ordenhadas... E de tão ordenhadas que foram, agora estão todas chupadas.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 01.04.11 às 18:30link do post | adicionar aos favoritos

 

Decorreu no passado dia 26 de Março a eleição da Comissão Política da Concelhia de Ourém do Partido Socialista, tendo-se apresentado a sufrágio uma única lista concorrente, encabeçada pelo actual chefe de gabinete do presidente da Câmara Municipal de Ourém, a qual, como era expectável, saiu vitoriosa.

Até aqui, nada de novo.

Vejamos, porém, embora de forma sintética, um dado histórico interessante e curioso, que nos pode ajudar a compreender melhor a ambiguidade da acção política.

O actual presidente da Câmara Municipal de Ourém, Paulo Fonseca, como é do conhecimento público, iniciou a sua carreira política como presidente da Juventude Socialista de Ourém.

Quando Paulo Fonseca passou para a equipa sénior do PS e se tornou presidente da Comissão Política concelhia, assumiu funções na pasta dos jovens socialistas oureenses António Gameiro, o mesmo que viria a suceder a Paulo Fonseca quando este abandonou o cargo para se estrear nas lides distritais e nacionais.

Com António Gameiro na presidência da Comissão Política, a juventude socialista viria a ser liderada pelo actual chefe de gabinete do presidente da câmara.

Agora, com a saída de António Gameiro da presidência da Comissão Política, sucede-lhe o chefe de gabinete do presidente!

Estamos expectantes para saber quem será o senhor (ou a senhora) que se segue…

 

PS1: As leitoras e os leitores estão à-vontade para tirar as ilações que julgarem oportunas. Pela nossa parte, achamos que a História às vezes prega-nos destas tristes partidas. Haverá aqui alguma sucessão hereditária ou algum triângulo das bermudas? Haverá aqui alguma sensação de posse? Terão os militantes socialistas tomado algum “chá da meia-noite” que os tivesse deixado embriagados? Estará o PS em Ourém refém deste triunvirato e se tornado num partido lívido e sem alternativas? Ou será tudo isto e mais alguma coisa?

 

PS2: Não nos espanta, pois, que, a troco dos bons serviços prestados à “causa”, se substituam nas paredes da sede do PS em Ourém os quadros dos ex-Presidentes da República Mário Soares e Jorge Sampaio por proeminentes e excelentes fotos de família.

 

PS3: E não é mentira não; é a mais pura verdade.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 25.03.11 às 16:11link do post | adicionar aos favoritos

 

Resta-nos o consolo de que certamente a História, se for justa o suficiente, registará para as gerações vindouras o quão miseráveis foram os fazedores de política neste dealbar do século XXI… ao ponto de se terem revelado políticos fúteis e medíocres, de não se terem entendido uns com os outros e de terem deixado cair o país numa profunda e repugnante merda.

 

O chumbo, na quarta-feira, do Programa de Estabilidade e Crescimento nº 4 (PEC 4) no parlamento desencadeou a inevitável crise política que todos já antevíamos há alguns meses.

Perante a recusa dos partidos da Oposição em votar favoravelmente este novo pacote extraordinário de medidas adicionais de combate ao défice, o primeiro-ministro não teve outra alternativa senão apresentar a sua demissão.

A despeito de termos sido sempre muito críticos em relação à figura de José Sócrates e a determinadas opções políticas que o governo socialista impôs aos portugueses, há um ponto em relação ao qual convergimos com o primeiro-ministro: o maior partido da Oposição não apresentou aos portugueses uma única medida alternativa àquela PEC, restando apenas um silêncio ensurdecedor, seguindo pelo presidente da república, e uma desresponsabilização perante as dificuldades do país.

O PSD deixou-se enredar pela já gasta ideia das tricas político-partidárias, da mera luta pelo poder em detrimento dos superiores interesses nacionais, uma espécie de partido faminto que, ao mínimo sinal de rebate, se apressa a juntar as suas tropas para, num golpe de pura sorte, assaltar a manjedoura e instalar-se à sombra de uma bananeira chamada Portugal.

Àquele silêncio ensurdecedor seguiu-se o soante latir desta matilha faminta e esquizofrénica: afinal, se calhar, o IVA vai ter que subir para 24 ou 25%!

Vemos agora finalmente o que o PSD queria com aquele silêncio: esconder aos portugueses aquilo que tem inevitavelmente de ser feito, seja pelo PS, seja pelo PSD – ou seja, fazer aplicar um conjunto de medidas austeras que ainda consigam salvar a honra do convento, apesar de já irmos muito tarde, tarde demais.

A partir de 2009, começámos a questionar-nos sobre a oportunidade das opções políticas do governo de Sócrates – recordamo-nos, por exemplo, daquela medida populista e eleitoralista, precisamente em ano de eleições, de aumentar os funcionários públicos bem acima da inflação, num momento em que a crise internacional já dava os primeiros passos e o futuro se começava a perfilar incerto.

Para além disso, ao longo destes últimos (sobretudo) dois anos tantas foram as trapalhadas cometidas por este governo que nos obrigaram a reformular a nossa opinião sobre ele: autismo, arrogância, persistência na execução de obras públicas fundamentais para o país, é certo, mas completamente descontextualizadas do tempo e das dificuldades que vivemos, os sucessivos escândalos que abalaram não só a figura do primeiro-ministro como também figuras cinzentas do seu núcleo íntimo de amigos ou staff mais próximo, a insistência em combater o défice pelo lado da receita em vez de cortar na despesa, o fanatismo de ignorar o apelo nacional a uma convergência de esforços e a um consenso, alargado e transversal, que permitisse uma ampla base de apoio na Assembleia da República e um fortalecimento da acção política do governo, o modo como encarou a maioria relativa que obteve nas legislativas de 2009 e a relação que estabeleceu com o parlamento, como se essa maioria relativa se houvesse transformado de um momento para o outro em absoluta, ou, já nos últimos dias, a descompostura democrática e a falta de respeito (deliberada?) que revelou pelo protocolo aquando da tomada de posse do presidente da república… todos estes exemplos (e muitos outros se podiam aliar ao rol) ajudaram-nos, com efeito, a sedimentar uma péssima imagem deste primeiro-ministro, figura com a qual, estamos certos, o país não poderá (nem deverá) voltar a contar.

Afinal, para que serve ter um país evoluído tecnologicamente, quadros jeitosos e interactivos nas escolas, as criancinhas a falar inglês quase logo à nascença, se esse mesmo país está teso que nem um carapau, se os pobres estão cada vez mais pobres, se são sempre os mesmos que passam pelos sacrifícios, se o Estado esbanja por um lado para vir a seguir roubar por outro, se esse mesmo país está falido e não oferece perspectivas de futuro a ninguém?

Mas, onde estão as alternativas? Este PSD de Passos Coelho? Não brinquemos com coisas sérias…

O país não está em condições financeiras nem psicológicas para suportar mais este triste e lamentável embate.

A trupe que rodeia o actual líder do PSD é mais do mesmo, é farinha do mesmo saco, que, e nisso não podemos deixar de concordar com Sócrates e com os dirigentes socialistas, apenas pretende chegar ao poder a qualquer custo, ainda que o preço se revele demasiado pesado para Portugal.

A luz ao fundo do túnel que os social-democratas já dizem ver, não é mais do que a chama de uma lamparina que ao mínimo sopro do vento se apaga – por tal frágil que é.

De resto, os dirigentes do PSD, horas depois do pedido de demissão apresentado pelo primeiro-ministro, começaram logo a limpar as armas e apresentaram ao país o seu PEC: aumentar impostos!

O PEC apresentado pelo PS não prestava, impunha demasiados sacrifícios aos portugueses; o do PSD é que é bom!

Então, qual é a diferença entre o PEC do PS e o do PSD? A diferença é que o PEC do PS foi apresentado por um governo que estava no pleno e legítimo exercício das suas funções governativas, e o PEC do PSD já começou às pinguinhas a ser apresentado por um partido irresponsável que quer a todo o custo chegar ao poder – ainda que para isso tenha aberto no país a maior crise política dos últimos trinta anos. É que, de gente cínica e mentirosa andamos todos fartos.             

Resta-nos o consolo de que certamente a História, se for justa o suficiente, registará para as gerações vindouras o quão miseráveis foram os fazedores de política neste dealbar do século XXI… ao ponto de se terem revelado políticos fúteis e medíocres, de não se terem entendido uns com os outros e de terem deixado cair o país numa profunda e repugnante merda.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.03.11 às 22:17link do post | adicionar aos favoritos

 

Já se esperava que, com o chumbo do PEC 4 no parlamento, o primeiro-ministro José Sócrates apresentasse a sua demissão. Isso mesmo foi referido pelo próprio nas diversas entrevistas e conferências de imprensa que foi dando nos últimos tempos.

Agora, com uma crise política em cima de uma crise económico-financeira, espera-se que todos os partidos com assento parlamentar não fujam com o rabo da seringa e não deixem de assumir as suas responsabilidades.

É que, nesta altura em que a economia do país, das empresas e das famílias se encontra tremendamente esfarrapada, não há coisa pior do que, mais uma vez, assistirmos à culpa morrer solteira.

A verdade, a triste e nua verdade, é que a culpa não é só do PS ou do PSD, ou só dos partidos da Oposição: a culpa é de todos e de cada um deles.

Qualquer que seja o partido que saia vencedor das próximas eleições terá forçosamente que demonstrar e provar aos portugueses que não só mudarão as moscas, como também a porcaria não será a mesma.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 17.12.10 às 18:00link do post | adicionar aos favoritos

Seja na Assembleia seja na Câmara Municipal, Ourém tornou-se definitivamente num concelho de gente mentirosa e sem vergonha.

Mente-se descaradamente e com quantos dentes se tem na boca, dizem-se despautérios e arremessam-se preciosismos linguísticos que não lembram ao diabo.

Descamba-se para os arrufos baixos e sem pinta de sal.

Chamam-se mentirosos com todas as letras, e mais aquelas que faltam ao bom senso e à elegância das palavras.

Nesta encruzilhada junto ao abismo, onde o tempo parece ter parado, reeditam-se novelas já gastas, do tempo em que não havia cor e era tudo a preto e branco, reminiscências abruptas de outras eras, com outros personagens, outros enredos mas a mesma história.

 

Ó tempo volta para trás, traz-nos tudo aquilo que não vivemos ou sentimos.

Queremos mais, queremos libertar-nos das amarras do passado que nos prendem ao presente e não nos guiam no futuro.

Não nosso Deus, o mundo não pode ser tão cruel connosco. A vida é mais do que esta simples taça cheia de nada, é mais garbosa do que esta prata cinzenta e sem brilho, do que esta valente cagada.

Não nos castigues mais. Ó nosso Deus, porque os fizestes assim? Vós, do alto da Vossa imensa glória, trazei-nos mais luz do que aquela que nos tem iluminado, brindai os Teus servos com o reino dos céus e levai para bem longe o mundo das trevas.

Serão falácias? Serão balelas? Já não sabemos Senhor… Haja Fé!

Com tantos pecados, tantos impropérios, Vede Senhor, que ainda há gente que diz: é mentira, óó, é mentira éé…

 


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 13.12.10 às 01:01link do post | adicionar aos favoritos

 

Se alguém pensava que da Madeira não vinham nem bons ventos nem bons casamentos, agora dos Açores só vêm atropelos ao bom senso político e democrático.

Carlos César, o novo arauto da bestialidade, acabou por tornar a sociedade portuguesa ainda mais desequilibrada.

São homens destes que conspurcam os bons valores, e nos lembram, quase todos os dias, que há gente fétida que jamais deveria ter nascido.

Não que os açorianos mereçam, mas porque têm um presidente regional cacique e francamente parasita.

Ou será que quem ganha entre 1500 e 2000 euros ilíquidos por mês é pobre? Entre tantas benesses e regalias insulares, esta é mais uma, que vem escandalizar os que ainda se preocupam com o triste fado em que vivemos. Melhor será que Carlos César se resuma à sua medíocre pequenez e que não ouse pensar sequer que um dia pode chegar a ocupar qualquer lugar de destaque no Continente. Nessa altura, se mais ninguém houver que o diga, serei eu a chamar-lhe cacique populista e pindericamente democrata.

A si, Carlos César, enverede pela caça às baleias, que até nisso você é a vergonha nacional.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 12.12.10 às 18:41link do post | adicionar aos favoritos

 

Para pôr termo ao lamentável folhetim da iluminação de Natal, quer em Ourém quer em Fátima (ou Cova de Iria?), eu, João Pereira, me confesso.

Falando apenas de Ourém, já que Fátima, sendo a jóia da coroa para muito boa gente (que se esquece que Ourém sempre foi, é e, se o bom senso imperar, há-de continuar a ser a sede do concelho) não é chamada hoje para este texto, posso dizer que percorri todas as artérias da minha querida cidade (na qual eu nasci) à procura de algo novo que me lembrasse o Natal.

O que constatei foi, à excepção da árvore de Natal gigante junto aos Paços do Concelho, um arraial folclórico que me lembrou as festas populares. Julguei que o Santo António tinha chegado mais cedo, ou então que as estações do ano haviam sido trocadas.

A iluminação é, com efeito, feia, assustadoramente mal concebida e pindérica. Revela um mau gosto atroz, amplamente saloia e brejeira.

Acho sinceramente que, ou cumpríamos o rigor de austeridade financeira com que todo o país (incluindo regiões autónomas) está confrontado, ou então não se gastava um único cêntimo nesta feira de vaidades e iluminações que só servem para enganar parvos e gente incauta.

Se há um ano estávamos falidos, hoje estamos falidamente iluminados.

Demagogicamente, os caciques locais querem-nos atirar para os olhos as benfeitorias deste Natal, como se o povo tivesse memória curta e não se lembrasse do que se tem escrito por aí.

É fácil vociferar despautérios contra a gestão camarária anterior. Eu próprio teci veladas e objectivas críticas a respeito do marasmo que nos impuseram em mandatos anteriores.

Mas, paradoxalmente, não vejo o que é que tenha mudado. Ou melhor, algo mudou, mas não augura um bom presságio.

Certa vez, perguntei a Orlando Cavaco (e espero não estar a cometer nenhuma inconfidência), na dependência da Caixa Geral de Depósitos (passo a publicidade), por que razão a Câmara Municipal só nomeava boys social-democratas para os principais cargos dirigentes do nosso concelho. A resposta que obtive foi que, por estarem dentro dos assuntos, eles seriam os mais qualificados para as diversas funções…

Hoje, a pergunta que deixo aqui é a seguinte: quantos boys do PSD a actual maioria pôs na rua quando assumiu funções? E quantos boys socialistas entraram na órbita municipal?

Não estaremos, neste momento, com um aparelho público a nível local super obeso, cujas tetas, por tão ordenhadas que têm sido, começam a dar sinais de cansaço?

Não estará a actual maioria a dar guarida a uma trupe de gente que, a juntar à que já lá estava, apenas se quer orientar na vida e delapidar o pouco que nos resta?

 

E quem pagou as festas da cidade? Quem são os misteriosos benfeitores que proporcionaram ao povo um chá inebriante que apenas serve para distrair e enganar as pessoas? E que apenas serve para cativá-las e domá-las?

Por que razão Ourém só tem dois (salvo erro) planos de pormenor, e um, precisamente na Caridade?

Será que quem anda a patrocinar / financiar a Câmara Municipal de Ourém são os amigos e afilhados que, a troco de uns tostões, vão recebendo uns favorzões?

Por que razão ninguém nos explica isto?

Claro que o povo, enquanto anda entretido com festinhas, inaugurações e luzinhas, não tem tempo para pensar nestas coisas.

Se Salazar embrutecia o povo negando-lhe a educação, nos tempos que correm dão-se-lhe uns copos e umas bifanas que ele fica estupidamente entretido. E o resto meus senhores? E as contas? E o dinheiro, vai-se buscar onde?

E depois poupa-se na lenha das criancinhas, porque essas lá têm que se aguentar… E depois desconfia-se dos professores, porque esses a lenha podem roubar…

Caros amigos: estamos em crise, e ponto final.

Uma árvore de Natal gigante? Sim senhor, assino por baixo. Tudo o resto é feio, é dinheiro mal gasto, são presentes envenenados e uma tremenda falta de gosto.

Este novo-riquismo sempre me fez muitas borbulhas, estraga-me a pele, sei lá, sobretudo esta vida fácil quando metemos a nossa burra foice em seara alheia, a do Estado, a grande teta que alimenta falidos e desprovidos de negócio ou futuro.

Espero que o Orlando Cavaco ainda se lembre da proposta que me fez no Café Chiado há alguns anos atrás, porque hoje, mais do que nunca, tenho pena de ter sido quem fui ou de ter (termos) sustentado muitos burros a garbosos pães-de-ló… a não ser que, feitas as contas deste rosário infeliz, ainda apareça o Pai Natal a dizer-me o contrário.

Tenham umas Festas imensamente felizes e, já agora, um Excelente e Santo Natal.     


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 04.12.10 às 18:00link do post | adicionar aos favoritos

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