Ontem, em face da fraca programação nas nossas televisões, resolvemos sintonizar um dos nossos canais preferidos, o “Odisseia”, e deparámo-nos com uma reportagem sobre os hábitos alimentares do povo dos Camarões, país da África profunda onde ainda se mantêm costumes e tradições que, aos olhos do chamado “mundo civilizado”, ainda causam muita apreensão e preocupação.
Assim, grande parte da população, mormente a das zonas mais recônditas, ainda se alimenta da denominada “carne do mato”, cuja caça é ilegal e perseguida pelas autoridades locais.
Falamo-vos da carne de chimpanzé e de gorila, que representa, para os locais, uma iguaria muito saborosa e muito apreciada. Mas não só: também há a carne de porco-espinho, de cobra e outros animais que, para nós, ficam bem é no Jardim Zoológico.
Ao que parece, e de forma a evitar a extinção dos chimpanzés e dos gorilas já nos próximos 15 a 20 anos, as autoridades estão a incentivar a população a criar hábitos alimentares diferentes, estimulando o consumo de rato (que mais parecem ratazanas gigantes).
Os “ratos” podem ser confeccionados de variadas formas, nomeadamente assados, mas, a forma mais usual e apreciada na região é o “guisado de rato do mato”.
Aliás, as autoridades dos Camarões têm até como objectivo, imagine-se só, transformar este prato numa “especialidade nacional”, para além de quererem internacionalizar esta iguaria. Pensam até introduzir nos menus dos voos internacionais o seu guisadinho de rato.
E tudo por uma boa causa: evitar a extinção dos gorilas e dos chimpanzés.
Não temos dúvidas de que a causa é nobre e fundamental para a preservação destas espécies, só que, daqui para a frente, muito dificilmente voaremos nos aviões da companhia aérea dos Camarões.
A não ser que o menu faça exclusivamente jus ao nome do país. Mesmo assim…