São três dos rostos mais importantes do futebol português e, porventura, os que mais mancham a nosso “desporto rei”.
Laurentino Dias, Secretário de Estado do Desporto, Gilberto Madaíl, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e Amândio de Carvalho, vice-presidente da FPF.
O “polvo” de que muito se tem falado nos últimos tempos, pode alegadamente passar por estas três personagens.
Não sabemos se encarnam todos a cabeça, até porque os polvos, em princípio, só têm uma, mas há-de haver alguns tentáculos que se ajustam a cada um deles.
A cada aparição pública do Secretário de Estado do Desporto fica mais visível o quanto a política interfere no futebol em Portugal.
Os mais recentes comentários de Laurentino Dias acerca do “Caso Queiroz” traz à luz do dia a falta de imparcialidade que graça na secretaria de estado do desporto, a que acresce, nomeadamente, as opiniões furtivas que produziu acerca do acórdão da Autoridade Antidopagem de Portugal, que suspendeu Carlos Queiroz por ter concluído que houve perturbação do controlo antidoping realizado no passado dia 16 de Maio, aquando do estágio da Selecção Nacional na Covilhã.
Esta decisão veio na sequência de o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol ter ilibado Carlos Queiroz no âmbito do processo disciplinar que lhe foi instaurado.
Não satisfeita com a decisão, a Autoridade Antidopagem chamou a si a reapreciação do processo, acabando por produzir um acórdão que ia ao encontro de algumas vontades dominantes.
Entre essas vontades, encontra-se à cabeça a do Secretário de Estado do Desporto, que não se escusou de dizer publicamente que tinha seguido a par e passo o desenrolar do processo conduzido pela Autoridade Antidopagem e que a decisão proferida enquadrava-se dentro das suas expectativas.
Por outras palavras, Laurentino Dias veio dizer que conhecia de perto o desenrolar dos acontecimentos e que Carlos Queiroz foi bem punido.
Só faltou dizer, mas isso ficou implícito nas suas palavras, que o Seleccionador Nacional é indesejado e que tem de ser afastado o mais rapidamente possível.
Aliás, também Amândio de Carvalho já lhe expressou abertamente a sua antipatia, dizendo na cara de Queiroz que ele não era o seu treinador.
No meio de tudo isto está o presidente da FPF, Gilberto Madaíl, cuja passividade larvar se confunde com incompetência e conivência em relação ao poder político e ao seu vice-presidente.
Muito bem esteve, assim, Ribeiro Cristóvão quando afirmou que a política precisa mais do futebol do que o futebol da política.
Definitivamente, existe em Portugal o terror das trevas no mundo do futebol.
Por nós, estes três senhores são dispensáveis e contribuem em larga dose para este mundo das trevas. Deveriam, portanto, demitir-se ou serem demitidos.
Pela clarificação e pela “verdade desportiva”.