Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 10.09.10 às 01:16link do post | adicionar aos favoritos

 

Recuperamos hoje aqui um pequeno excerto delicioso de um artigo de opinião de Clara Ferreira Alves publicado no “Expresso” há já algum tempo, para quem a justiça em Portugal não é apenas cega, mas também surda, muda, coxa e marreca.

 

Para a autora, “Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo «normal» e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada”.

 

E acrescenta que “nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado”, para além de que “tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país em que as coisas importantes são «abafadas», como se vivêssemos ainda em ditadura”.

Diz ainda que “apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade”.

Finalmente, Clara Ferreira Alves entende que “existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças, de protecções e lavagens, de corporações e famílias, de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade”.

Por tudo isto, este é, na sua opinião, “o maior fracasso da democracia portuguesa”.

 

Diríamos que assim se fala em bom português.


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