Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 31.10.10 às 19:23link do post | adicionar aos favoritos

 


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 31.10.10 às 00:57link do post | adicionar aos favoritos
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 23:24link do post | adicionar aos favoritos

 

Carina João, deputada da Nação, vem nas suas “Actualidades” (Versão IV) abordar o tema (previsível) do Orçamento do Estado para 2011, sob o título “Merecemos melhor…”.

Claro que merecemos melhor, todos os portugueses sem excepção merecem mais e melhor, sobretudo merecem políticos dignos desse nome que, à frente dos seus interesses pessoais, ponham os interesses do país.

E esta triste realidade não podia encontrar melhor exemplo na palhaçada que foram, do princípio ao fim, as negociações entre PS e PSD para a viabilização do Orçamento.

Tanto pelo lado do Governo, como pelo lado do maior partido da Oposição, o festival que envolveu as negociações não podia ser mais degradante e ser amplamente comentado, tanto em Portugal como na Europa e no mundo, mas pelas piores razões.

As tácticas eleitoralistas que redundaram num possível acordo, mas que depois já não era e que mais tarde viria a sê-lo, enjeitam a seriedade e a responsabilidade dos agentes políticos que o país neste momento tanto reclamava.

O esticar a corda num Portugal já de si sem corda absolutamente nenhuma para esticar é uma gravíssima irresponsabilidade política, que só não será exemplarmente punida pelos portugueses porque, infelizmente, estamos todos tão acostumados a ser um país de brandos costumes, que o protesto e o bradar aos céus do momento dá depois sempre lugar ao esquecimento ou à resignação.

Carina João também não evitou desta vez em dar a sua habitual facadinha no governo PS, acusando-o de apresentar uma má proposta de Orçamento e de ser o único causador do lodaçal a que chegámos.

Infelizmente, a chicana e o lodaçal, a arena preferida de alguns, prevalecem sobre a responsabilidade de quem quis, e quer, ajudar a iluminar o fundo do túnel”, declara Carina João.

 

É preciso ter muita lata para falar em responsabilidade, quando o que o país assistiu foi a um filme lamentável de terror protagonizado pelos dois partidos que se revezam no poder desde que vivemos em democracia.

E a lata de Carina João vai ainda ao ponto de afirmar que “é preciso fazer esforços, fazer cedências e a negociação é isso mesmo, mas acima de tudo tem que haver bom senso nas decisões, com ponderação mas sem cedência a qualquer tipo de chantagens. E muito menos vindas de quem nos trouxe impunemente até à situação em que nos encontramos, a todos os títulos deplorável, que não só podia como devia ter sido evitada atempadamente”.

É caso para perguntar se Carina João não acompanhou pelas televisões (ou, no seu caso privilegiado, in loco) as negociações e se não ouviu as declarações que foram sendo produzidas pelas partes intervenientes, ou se não ouviu o líder do seu partido, numa deslocação ao norte do país, dizer aos jornalistas, à saída do encontro que manteve com os seus correligionários, que ainda não havia acordo quando, segundos depois, o seu assessor relatava à comunicação social que afinal já havia acordo, ou se não viu o tom crispado com que Teixeira dos Santos e Eduardo Catroga se apresentaram ao país para explicar as razões do não-acordo, ou se não viu ainda a forma displicente como foi tratada esta questão de vital importância para o país, com a agravante de se encontrar sob os olhares circunspectos dos nossos parceiros europeus e dos mercados internacionais.

 

A promiscuidade pindérica que existe entre os interesses nacionais e os interesses partidários, condimentada por estas bestiais lideranças, não deixa alternativa a este nosso país de artificiais e loucas vaidades e de tristes resultados.

Acaso fosse o PSD que estivesse no Governo, as balofas armas de arremesso mudariam para as mãos dos socialistas e o país continuaria a assistir serenamente a este pobre espectáculo. Como se ambos não fossem co-responsáveis pelo estado a que chegámos e não estivessem enterrados até à medula neste pântano que congrega não só as mais altas esferas do poder, como também todos aqueles que só sabem comer da manjedoura do Estado, e que contribuem com a sua menoridade e desonestidade intelectual para a corrupção, para o clientelismo e para a cada vez maior degradação da nossa administração pública.

O pior é que esta gente criminosa, que ainda se deslumbra com o país falido que temos e que insiste em sugar até ao tutano os poucos recursos que nos restam e que são de todos, vai continuar a pavonear-se por aí sem que a nossa justiça (qual justiça?) ponha cobro a este escandaloso regabofe.

Mas, realmente o pior, é que os partidos encobrem-se uns aos outros, porque todos têm rabos-de-palha e lixo humano que convém sacudir para debaixo do tapete.

Pese embora todo o respeito que ainda nos merecem alguns dos actuais agentes políticos, a verdade, porém, é que as teias obscuras em que se movimentam e a escória que gravita na sua órbita coarcta-lhes qualquer sã tentativa de mudar as coisas, acabando depois por soçobrar apenas a impotência e o comodismo.   

Perante esta inexorável realidade, queira Deus que Carina João não esteja daqui a um ou dois anos a engolir as suas próprias balelas. Mas, nessa altura, cá estaremos nós para lhe avivar a memória.

 

Apelo 2: Continuamos a pensar que seria mais importante vermos nas colunas do “Notícias de Ourém” o trabalho desenvolvido pelos nossos deputados na Assembleia da República em prol do seu concelho, do que extensas dissertações que nada ajudam ao progresso da nossa terra. Partindo do princípio que a maioria da população do concelho de Ourém, sobretudo a mais idosa, não acede com regularidade à Internet (se é que chega a aceder), e cujo único meio de informação local é o jornal, diga-nos lá então, cara deputada, para além das alterações ao traçado do IC9, em que outras matérias de relevante interesse para o nosso concelho tem a senhora participado? Ou a jovem deputada acha que isso não é importante e os oureenses só prestam para lhe pagar o ordenado?


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 17:18link do post | adicionar aos favoritos

 

Um dos temas quentes da agenda do Conselho Europeu reunido em Bruxelas quinta e sexta-feira passadas foi a proposta do eixo franco-alemão de alteração do Tratado de Lisboa no sentido de aplicar sanções políticas aos Estados-membros que não cumprissem as regras orçamentais estabelecidas, concretamente a suspensão do direito de voto nas reuniões ministeriais e nos conselhos europeus.

Com efeito, segundo noticiou o “Jornal Sol” desta sexta-feira, “Paris e Berlim decidiram bilateralmente assumir as rédeas da futura regulação às economias da zona euro, apesar de, à luz das regras do Tratado de Lisboa, ter sido criada com esse objectivo uma equipa de trabalho composta pelos ministros das finanças da zona euro e liderada pelo presidente permanente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy”.

Este directório franco-alemão, para além de ser repugnante e de evidenciar a velha pretensão dos estados mais fortes em controlar e impor as regras aos estados mais fracos e pequenos, faz avivar o problema que a Europa enfrenta ao nível das lideranças e do futuro que pretende para si própria.

A evidência dos factos mostra-nos que os actuais líderes europeus estão apenas preocupados com o seu umbigo, e não encaram o espaço que a União Europeia representa como um todo coerente, onde a solidariedade entre estados deve sobrepor-se às vontades individuais de cada um deles.

 

E isto verificou-se, por exemplo, aquando da ajuda financeira à Grécia que, por imposição da Alemanha, tardou a efectivar-se. Um adiamento compreensível à luz dos interesses de Berlim, mas injustificado se levarmos em linha de conta o que representa o projecto europeu – um espaço de liberdade, uma união económica, monetária e política fortes, um território onde deve predominar a solidariedade entre os povos e a coesão social, um espaço de cultura e de integração plena, uma Europa que respeita as diferenças dos estados que a compõem e os direitos fundamentais dos cidadãos.

Ora, é esta ideia federalista da Europa, precisamente aquela que os seus “Pais Fundadores” almejaram, que está em causa com estas lideranças medianas e medíocres.

Lideranças que fazem com que o projecto europeu seja um percurso que avança e recua, que não mobiliza as pessoas e que parece nunca vir a atingir os objectivos para que foi criado.

A exigência alemã de suspender o direito de voto dos Estados-membros que se desviem das metas orçamentais definidas por Bruxelas é mais um reflexo dos interesses egocêntricos destas potências e das suas lideranças, que minam o projecto europeu e que constituem um exemplo da fraca vontade de os seus líderes prosseguirem esta difícil mas necessária tarefa de construção de uma Europa unida e forte que, mais do que benéfica para o espaço europeu, traria equilíbrio e claros benefícios para todo o mundo.

Os “Estados Unidos da Europa” são, por isso e cada vez mais, uma condição de sobrevivência e de progresso, e menos um capricho ou uma utopia de meia dúzia de visionários que se deleitaram a pensar o que seria melhor para todos nós, europeus.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 30.10.10 às 00:27link do post | adicionar aos favoritos

Foto: "DN" Online


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 29.10.10 às 22:58link do post | adicionar aos favoritos

 

As boas notícias são sempre boas notícias e, independentemente de quem as protagoniza, achamos sempre justo dar-lhes o relevo merecido, tendo como único objectivo o superior interesse do nosso concelho.

Referimo-nos ao anúncio da abertura de uma Loja do Cidadão em Ourém, em 2012.

Segundo o presidente da Câmara Municipal de Ourém (CMO), Paulo Fonseca, o projecto visa “providenciar que, no mesmo espaço, os cidadãos possam ter acesso a uma série de serviços que facilitem a sua vida e que, numa só deslocação, possam solucionar os seus problemas, de forma moderna e eficaz”.

Ao que tudo indica, o actual edifício das Finanças vai ser requalificado para que ali também possa funcionar a Loja do Cidadão, um local onde, como se sabe, as pessoas e as empresas têm acesso, de uma assentada, a um número significativo de serviços, como a emissão do Cartão de Cidadão, Passaporte, número de contribuinte, declarações de variada natureza, entre outros, sem necessidade de se deslocarem a múltiplos serviços públicos, com todos os inconvenientes e perdas de tempo que essa circunstância acarreta.

Outra das novidades é o facto de a CMO estar a agilizar a possibilidade de também vir a funcionar naquele espaço um balcão da Segurança Social e dos Correios.

Como parece evidente, a concretizar-se, este projecto irá ser uma mais-valia para todos os oureenses, sobretudo para aqueles que têm de se deslocar à cidade de Ourém para poder usufruir desses serviços e tratar dos seus assuntos pessoais.

Se acrescentarmos a isto o facto de a CMO pretender levar os transportes públicos de passageiros até àquela zona, então juntar-se-á o útil ao agradável, e a medida terá ainda mais impacto e projecção para as populações do concelho.

Não podemos, assim, deixar de nos congratular com esta boa notícia.

 

(Ver fonte da fotografia e da notícia aqui).


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 27.10.10 às 23:58link do post | adicionar aos favoritos

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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 26.10.10 às 23:53link do post | adicionar aos favoritos

 

Já se sabia, mas hoje Cavaco Silva desfez finalmente o seu tabuzinho e anunciou ao país e ao mundo que se vai recandidatar à Presidência da República.

O aval de Maria Cavaco Silva, a percepção de que a situação económica do país é gravíssima e o apelo da sua consciência em prol do serviço a Portugal foram razões mais do que suficientes para Cavaco Silva ponderar e decidir que ainda não é o momento de abandonar o Palácio de Belém.

Num discurso institucional caracterizado pela elevação dos conceitos e das explicações, o ainda presidente promete gastar na campanha eleitoral metade do que é legalmente possível, para além de banir por completo a utilização de outdoors, apostando numa campanha “limpa” e dando um claro sinal de compromisso em relação à redução de despesas, cujo exemplo, como o próprio referiu, deve partir de cima.

Assim, o “caderno de encargos” para as presidenciais do próximo ano fica completo.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 25.10.10 às 19:38link do post | adicionar aos favoritos

 

1. No passado dia 17 de Setembro, na rentrée do Jornal “Notícias de Ourém” após umas merecidas férias, ao desfolharmos o jornal fomos surpreendidos por uma agradável novidade, na página 15, na “coluna da esquerda”, com um texto de opinião de Carina João, fatimense e deputada do PSD à Assembleia da República pelo distrito de Santarém.

À sua nova coluna, que já aqui mereceu referência, deu a autora o título de “Actualidades”, fazendo antever que os oureenses, no sentido mais lato do termo (abrangendo, por isso, todo o concelho), passariam agora a dispor de um contraponto à “coluna da direita”, protagonizada há já algum tempo por António Gameiro, urqueirense e igualmente deputado à Assembleia da República pelo distrito de Santarém, mas eleito pelas listas do PS.

Confessamos que vimos com bons olhos esta nova coluna de opinião, não só porque, na nossa terra, parece reinar uma certa timidez que leva as pessoas a não expressar, frontal e publicamente, as suas ideias ou opiniões, mas também porque a pluralidade de pontos de vista é enriquecedora para o debate e o confronto de ideias.

E a propósito disto, é um facto que muito poucas pessoas têm a coragem de dizer o que pensam, sobretudo quando estão amarradas a qualquer poder instalado ou numa posição de subserviência em relação a esse mesmo poder. Outras ainda, passado o frenesim das campanhas eleitorais, eclipsam-se e nunca mais ouvimos falar delas.

Coarctadas da sua liberdade de expressão, estas pessoas acabam por tornar-se acéfalas, sombras ambulatórias do poder, apêndices partidários ou meras caixas de ressonância dos seus líderes partidários.

Para além disso, é legítimo, pelo menos para quem está de fora, pensar que estas figuras simbólicas nada nos têm para contar, que não seja um discurso alinhado ao milímetro com as “cassetes” que ouvem.

É por isso que já fazia falta, muita falta aliás, termos no nosso concelho os pontos de vista do maior partido da oposição (quer a nível nacional, quer local), para não sermos obrigados a comer sempre do mesmo prato.

Não obstante tudo isto, e apesar de a coisa prometer, devemos dizer que, afinal, a montanha pariu um rato.

 

 

2. Na verdade, Carina João, que já vai nas suas terceiras actualidades, começou-nos por falar da proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD, tecendo rasgados elogios à actuação e às opções preconizadas pelo seu líder, isto é, Pedro Passos Coelho (outra coisa não seria de esperar, a menos que pertencesse à ala dos dissidentes social-democratas). Ora, não pondo em causa a necessidade óbvia de rever a Constituição, adaptando-a às novas realidades que vivemos, pensamos, contudo, que o momento escolhido não foi o mais oportuno, já que as energias e capacidades dos partidos políticos deviam estar antes direccionadas (e aqui incluímos o governo) para a resposta à crise económica e social que enfrentamos. Foi um disparate e uma irresponsabilidade flagrantes trazer, nesta altura, para o debate político esta questão, como se o país não tivesse coisas mais urgentes e importantes para fazer e decidir. E se alguém pensa que a revisão constitucional é o éden que Portugal precisa para encontrar todas ou algumas das respostas para os seus actuais problemas, estará sem dúvida a levitar no espaço sideral.

Para que essa revisão constitucional fosse altamente profícua para os interesses nacionais, que é como quem diz, para os interesses de milhares de portugueses que andam a sentir na pele a incompetência e o desvario irresponsável e criminoso de quem nos tem governado nos últimos anos, seria necessário termos políticos sérios e honestos, orientados por um verdadeiro sentido de estado e missão pública, e isso, infelizmente, no nosso país é já uma espécie em vias de extinção. E os que ainda resistem nesta selva de pedra, não estão para compactuar com carreiristas balofos nem misturar-se com estas seitas malandras.

A primeira actualidade de Carina João foi, por isso, uma mão cheia de nada, um embuste político, uma caixa de ressonância do que vai ouvindo pela São Caetano à Lapa e por São Bento, não trazendo novidade nem tão-pouco profecia.

 

3. Na semana seguinte, ficámos atónitos ao abrir o “Notícias de Ourém” e não ver lá Carina João na sua “coluna da esquerda”! Pensámos: mas que passagem tão fugaz teve esta jovem e humilde senhora. Afinal, onde se meteu ela? Terá desistido? Teriam sido censuradas as suas actualidades?

Não queríamos acreditar, e claro que ficámos tristes, muito tristes e decepcionados. Não era justo ficarmos apenas com o preciosismo da revisão constitucional… A coisa prometia, e agora nada. Bolas, mas que raio se teria passado?

Foi então que no dia 1 de Outubro as dúvidas se dissiparam pois, ao abrirmos o jornal na mesma página 15, lá estava ela, sorridente e feliz, a preto e branco bem sabemos, mas com um semblante muito feliz. Uau, vociferámos logo, vamos ter mais actualidades!

Desta vez, era a educação e a qualificação dos portugueses. Tema sério e importante, sem dúvida, mas estávamos curiosos e ansiosos pelas novidades.

Mais uma vez, constatámos que a montanha pariu um rato, e o discurso da jovem deputada, alinhado milimetricamente com o dos seus pares, estava carregado de emoção e despejava ódios e rancores na forma como os socialistas andam a tratar a educação em Portugal.

Foi numa viagem a Taiwan (e logo pensámos: eis o motivo da ausência da sua “coluna da esquerda” naquela semana), viagem essa à custa certamente do erário público, que é como quem diz de todos nós, que Carina João, entrosando com o Ministro dos Negócios Estrangeiros local (mas que chiquíssimo), descobriu a poção mágica do sucesso para a educação: a aposta nas pessoas, na sua educação e qualificação!

Ora aí está a pólvora que nos faltava, como se um país pudesse evoluir e criar riqueza com cidadãos estúpidos, burros e embrutecidos.

Parece-nos por demais evidente que se um país não apostar fortemente na educação, instrução e qualificação das pessoas, não irá passar da cepa torta nem impulsionar o seu crescimento económico, social, cultural, científico ou político.

Enquanto preferirmos gastar no supérfluo e não investirmos naquilo que gera riqueza, seja de que ordem for, continuaremos a ser um povo acéfalo, oportunista, invejoso e medíocre. Salvo as honrosas excepções, que também as há, felizmente.

Claro que é mais fácil e conveniente atirar as pedras para o quintal do vizinho, sacudir a água do capote e dizer: a culpa é de quem está no poder. Este chavão é conhecido, mas revela a hipocrisia das pessoas.

Cara Carina João, nós também sentimos vergonha de ter tido uma ministra da educação, já lá vai muito tempo (um tempo tão antigo que, a avaliar pela sua “tenra idade”, se calhar ainda nem sequer tinha nascido), que nos impôs, no final do 12º Ano, a nós e a outros milhares de jovens deste país, uma prova de acesso ao ensino superior, errática na substância e injusta na forma, que determinou que 12 anos da nossa vida escolar tivessem um peso / importância para o Ministério da Educação de apenas 30%, ao passo que às três horas de duração da prova foi atribuída uma ponderação de 70%! Este instrumento educativo foi denominado de PGA (Prova Geral de Acesso – ao ensino superior, entenda-se), e claro que o efeito social directo desta inolvidável medida, da autoria da sua incondicional Mestra Manuela Ferreira Leite, aquela que só fala (na) verdade, fez com que milhares de jovens, cheios de sonhos e projectos, batessem com o nariz na porta das universidades e engrossassem o caudal dos descontentes com o sistema de ensino deste pequeno país à beira-mar plantado.

Ora, hoje o ensino em Portugal não está melhor nem pior do que o ensino desse tempo: progrediu-se numas coisas, mas também se regrediu noutras. Culpados? Há-os, sem dúvida. Quem são? Social-democratas, socialistas e democratas cristãos, ou seja, os que nos têm governado nos últimos 36 anos. Significa isto, em bom português, chamar os bois pelos nomes.

Não adianta, portanto, sacudir a água do capote, ou fazer discursos redondos e evasivos como o seu, estimada Carina João.

A História é um repositório de verdades demasiadamente irrefutáveis e sérias, o qual não se coaduna com verborreias populistas, disparates ou discursos fantasiosos ou hipócritas.

 

 

4. Chegados a 15 de Outubro, percebemos então que a “coluna da esquerda” era um espaço de reflexão quinzenal, facto que nos tranquilizou, pois já estávamos a imaginar que as actualidades de Carina João eram meras intermitências políticas que ressonavam ao sabor do vento.

Desta vez, fomos bafejados com um texto cujo título, “O Pântano de Sócrates”, altamente sugestivo como se vê, fazia adivinhar o que por ali vinha.

Aonde é que já tínhamos ouvido esta expressão? Pensámos nós…

E não foi preciso fazermos um exercício mental extraordinário para nos lembrarmos que António Guterres, no seu segundo governo, apresentou a sua demissão precisamente porque já não aguentava o pântano que se vivia nessa altura no país.

Mas, antes de Guterres, já Cavaco Silva havia deixado o país em maus lençóis e, depois de Guterres, tivemos Durão Barroso, autor da igualmente celebérrima expressão “o país está de tanga”, o mesmo que passou a pasta a Santana Lopes e fugiu para ir ocupar a presidência da Comissão Europeia, já para não falar deste último que, de tantas trapalhadas e asneiras que fez, acabou com um cartão vermelho do Presidente da República Jorge Sampaio, que se viu obrigado a dissolver o parlamento e a convocar eleições antecipadas.

Como vê, estimada Carina João, de asneiras e de disparates estamos nós todos fartos, e o pântano de que nos fala é apenas o resultado de sucessivos (des) governos incompetentes e imbecis que temos tido em Portugal nos últimos vinte e cinco anos.

Quando ouvimos falar hoje o Presidente da República Cavaco Silva no aproveitamento estratégico do Mar para o nosso desenvolvimento e crescimento económico, com o qual estamos absolutamente de acordo, convém, no entanto, que o país não se esqueça de que foi o mesmo Cavaco Silva, na altura primeiro-ministro, que, face ao deslumbramento dos milhões vindos da CEE, acabou com o que restava da nossa agricultura, das pescas, da marinha mercante, das minas (abandonadas e fechadas), da indústria, etc., etc., etc..

Quem não se lembra, aliás, dos famosos cheques chorudos que o país recebeu precisamente para acabar, por exemplo, com a agricultura? Há até quem afirme que esse abandono custou a Bruxelas uns “míseros” 600 milhões de euros, preço demasiado elevado para o nosso país, já se si com uma economia terceiro-mundista, e agravada por ter ficado dependente apenas do turismo e do comércio e serviços.

Carina João refere ainda que “este governo vai deixar-nos a maior dívida pública dos últimos 160 anos”, mas esquece-se, deliberadamente ou não, que o mundo, e Portugal por arrastamento, experimentaram a maior crise económico-financeira dos últimos 100, para a qual os governos (não só o português) não souberam encontrar as melhores respostas para lhe fazer frente.

Ora, independentemente das opções políticas que cada governo europeu e mundial adoptou para fazer face a esta crise, cujos efeitos nefastos ainda hoje se fazem sentir, a verdade é que, e nisso o PS tem razão em continuar a lembrar aos portugueses, às debilidades estruturais internas veio juntar-se as consequências do liberalismo económico desregrado, da desregulação dos mercados financeiros e da inércia com que os estados foram observando o funcionamento, e o posterior dasabamento, do modelo económico até agora tido como perfeito e inabalável.

Aqui reside a mudança de paradigma reivindicada por todos aqueles para quem a passividade dos estados, face ao poder económico e financeiro, já há muito deixou de ter qualquer significado e razão de ser. Só muito tarde os governos se “aperceberam” do falhanço deste modelo económico e, quando isso aconteceu, já era tarde de mais.

Deste modo, ao contrário do que Carina João nos quer fazer crer, as debilidades estruturais do país não são uma consequência única e exclusiva do governo de José Sócrates, mas antes o acumular de trapalhadas e irresponsabilidades cometidas pelos decisores políticos ao longo dos últimos 25 anos.

 

Se Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, derreteu a nossa agricultura, as nossas pescas ou a nossa marinha mercante (temas agora falsamente caros para quem tem demasiadas culpas no cartório), também António Guterres não lhe ficou atrás, o qual teve a “ingenuidade” de pensar que o país iria conseguir suportar eternamente um aumento significativo da despesa apenas com base nos rendimentos gerados pelo comércio e pelo turismo, actividades que acrescentam pouco valor à nossa economia e das quais nenhum país pode viver por muito tempo.

Mas, grosso modo, o que os números nos revelam acerca da evolução da economia portuguesa nos últimos 20 anos, é que verificou-se uma expansão elevada na parte final dos anos 80, uma contracção em 1993, crescimento forte na segunda metade dos anos 90 (Guterrismo), quase estagnação nesta década, com nova queda em 2003, e recessão profunda em 2009.

António Guterres, que vivenciou este forte incremento da nossa economia na segunda metade dos anos 90, com um crescimento médio do PIB de 4%, deslumbrou-se com os milhões jorrados de Bruxelas e, em vez de aproveitar este excesso de liquidez para amortizar a nossa dívida pública, preferiu engordar o “monstro” (havendo mesmo muitos, muitos mesmo, “Jobs for the Boys”), desbaratar o dinheiro, incentivar o consumo privado e o endividamento das famílias, de que são exemplos o famoso crédito bonificado à compra de habitação, que levou a que milhares de jovens famílias se endividassem por muitos e longos anos junto da banca, ou o crédito facilitado ao consumo para fins tão diversos desde a compra de automóvel, passando pelos electrodomésticos e mobiliário, até às férias nas Caraíbas.

Portugal estava no seu “melhor”, era um (im) perfeiro “El Dourado”, muito também à custa da nossa entrada no Euro. Mas, vivia-se sobretudo muito acima das nossas possibilidades, e o governo, principal responsável por este descalabro despesista, não soube estar à altura dos acontecimentos e travar aquilo que muitos anteviam como o suicídio colectivo de um país.

Portugal a viver acima das suas possibilidades e a gastar mais do que aquilo que produzia, só podia mesmo estar a caminhar em direcção ao pântano que levou Guterres a bater com a porta e a Durão Barroso a afirmar que “o país estava de tanga”.

 

E Portugal não melhorou com o governo efémero de Santana Lopes, antes pelo contrário, ganhou, isso sim, mais despesismo inútil e muitas trapalhadas. Ao ponto de o próprio Santana Lopes, qual Manuel Pinho do PS, declarar que o país não estava em crise e que se recomendava. Tanto se recomendava, que fechámos o ano de 2005 com um défice de 6,1%. Precisamente esse défice que Sócrates viria a herdar e com o qual foi confrontado no início do seu primeiro mandato.

A história de José Sócrates, essa, também tem mostrado à evidência que nem sempre foram tomadas as melhores opções para fazer face aos problemas que enfrentamos. A governação socialista também está recheada de coisas menos boas e que poderiam muito bem ter sido evitadas, não fosse o autismo / autoritarismo que tem caracterizado a acção política do primeiro-ministro. E não é só José Sócrates e os “boys” do PS (em todos os partidos existem “boys”), que têm contribuído para o descrédito do governo socialista e da política em geral: parte dessa responsabilidade também está do lado as oposições, que não têm sabido (ou querido) estar à altura das responsabilidades que o país tem enfrentado e continua a enfrentar. É que, apesar de ser mais politicamente correcto afirmar que a culpa é exclusivamente do governo, os partidos da oposição não se podem demitir do dever de formarem alternativas credíveis e responsáveis a quem quer que esteja a gerir o país.

Apesar de haver ainda muito para dizer, e porque o texto já vai longo, permita-nos finalmente rebater, estimada Carina João, o último parágrafo das suas actualidades.

Afirma que “a culpa deste descalabro não é da crise. São os socialistas que nos governam. O país das maravilhas de Sócrates, mais não é que o pântano por si alimentado”.

Deixe-nos dizer-lhe que as asneiras de Sócrates, que também as há (como acima ficou demonstrado), são apenas o fim de um rosário que já vai longo e que teve o seu começo há 25 anos atrás.

 

O pântano a que chegámos, não é propriedade exclusiva do actual primeiro-ministro, é fruto de sucessivos erros políticos estratégicos que fomos cometendo ao longo dos últimos anos, graças à irresponsabilidade e à incompetência dos nossos governantes.

E é também por causa de comentários pífios como o seu, permita-nos que o digamos com todo o respeito, que o descalabro há-de continuar, infelizmente, ainda por alguns anos.

Sacudir a água do capote ou tentar passar por entre os pingos da chuva são malabarismos tacticistas a que esta reles classe política já nos vem habituando há muito tempo. E é um hábito com tanto tempo, que para a esmagadora maioria dos portugueses já é normal que assim seja.

Quem a ouvir falar, cara Carina João, fica com a sensação que Portugal nasceu em 2005, o que, como todos sabemos, não é verdade.

Assim sendo, a elevação da política reclama também que haja da sua parte seriedade e honestidade para que, em vez de se esconder atrás de tácticas eleitoralistas execráveis e inverdades flagrantes e malparidas, explique aos oureenses e aos portugueses que o estado a que chegou o nosso país é fruto de uma cadência histórica de actos políticos errados e perfeitamente identificados, de opções duvidosas e com múltiplos protagonistas, aos quais a História de Portugal não deixará certamente de fazer a justa referência. Para que as próximas gerações possam separar o trigo do joio, e saibam verdadeiramente o que é que os políticos e os portugueses dos séculos XX e XXI fizeram pelo seu país e o que é que andaram cá a fazer.

 

5. Continuamos a pensar que seria mais importante vermos nas colunas do “Notícias de Ourém” o trabalho desenvolvido pelos nossos deputados na Assembleia da República em prol do seu concelho, do que extensas dissertações que nada ajudam ao progresso da nossa terra. Partindo do princípio que a maioria da população do concelho de Ourém, sobretudo a mais idosa, não acede com regularidade à Internet (se é que chega a aceder), e cujo único meio de informação local é o jornal, diga-nos lá então, cara deputada, para além das alterações ao traçado do IC9, em que outras matérias de relevante interesse para o nosso concelho tem a senhora participado? Ou a jovem deputada acha que isso não é importante e os oureenses só prestam para lhe pagar o ordenado?


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.10.10 às 19:15link do post | adicionar aos favoritos

 

Apesar dos dias soalheiros que temos tido nos últimos dias, com temperaturas amenas para a época, a verdade é que, principalmente de manhã, ao final da tarde e à noite, as temperaturas baixam consideravelmente, o que nos convida a vestir um agasalho e a procurar ambientes mais resguardados.

No que ao ensino diz respeito, registamos com agrado que, felizmente, muitas escolas do nosso concelho já estão apetrechadas com modernos equipamentos de aquecimento, que permitem à comunidade escolar que delas dependem – professores, alunos, auxiliares, etc. – usufruir de um ambiente acolhedor e reconfortante, o que só ajuda à aprendizagem dos alunos e à motivação de todos os profissionais que ali exercem as suas actividades.

Outras escolas, porém, não têm a mesma sorte, têm sido esquecidas por quem tem responsabilidades nesta matéria e não dispõem dos recursos necessários e eficazes para proporcionar salas igualmente acolhedoras e reconfortantes. E, quando assim é, torna-se evidente que não se consegue tirar o máximo rendimento das pessoas.

Existem até escolas que dispõem de lareira, mas, surpreendentemente, falta a lenha para lá pôr!

Num concelho onde predomina a floresta, e da qual tanto se fala, é lamentável que, a esta altura do campeonato (leia-se do decurso do ano escolar – já estamos quase em Novembro!), as entidades responsáveis pelo fornecimento de lenha às escolas e jardins de infância ainda andem a organizar-se para prover esta lacuna.

Enquanto isso, meninos e meninas, professores, educadores, auxiliares de educação, entre outros, já andam a rapar frio nas escolas porque falta o aquecimento, seja combustível, seja uns míseros troncos de lenha.

O engraçado (sem ter graça nenhuma) é que, dizem as “más-línguas”, no tempo da “outra senhora”, bastava telefonar para a Câmara e no outro dia a lenha aparecia nas escolas.

Claro que, quando temos o cuzinho quentinho nos nossos confortáveis gabinetes, temos propensão a esquecer que existem outros lá fora a ranger os dentes e a tilintar de frio.

Por isso, fazemos daqui em apelo veemente à Câmara Municipal de Ourém para que, em vez de se preocupar com tanto folclore e com tantas festas, preocupe-se mais com o aquecimento das (nossas) suas crianças!

Queremos lenha… já!


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.10.10 às 17:33link do post | adicionar aos favoritos

 

O “Jornal de Notícias” divulgou há algumas semanas um estudo que teve por objectivo definir o Ranking das Escolas Secundárias, o qual teve por base os “resultados da primeira fase de exames dos alunos internos do Ensino Secundário”.

Como critério base para a definição do Ranking, o “JN” definiu, num universo de 608 escolas, “a nota das oito disciplinas com o maior número de exames: Português, Biologia e Geologia, Matemática A, Física e Química A, Geografia A, História A, Economia A e Matemática Aplicada às Ciências Sociais”.

Ainda segundo o “JN”, a “classificação da escola é obtida a parir da média das notas de exame [Média CE] às oito disciplinas escolhidas, independentemente do número de alunos envolvidos”.

 

Dos resultados apurados, há a destacar o primeiro lugar alcançado pelo Colégio Nossa Senhora do Rosário, no Porto, uma escola privada, com a Média CE de 14,98.

No TOP 10, apenas se encontra uma escola pública, localizada em Braga, o Conservatório de Música de Calouste Gulbenkian, que ocupa o 7º lugar com uma Média CE de 14,24.

No que respeita ao concelho de Ourém, destaca-se o Colégio São Miguel, uma escola privada, no 42º lugar e com uma Média CE de 12,41; a Escola Secundária de Ourém, pública, ocupa a posição número 198 com uma Média CE de 10,95; e, finalmente, o Centro de Estudos de Fátima – CEF, estabelecimento privado, não vai além da 224ª posição com uma Média CE de 10,85.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.10.10 às 02:12link do post | adicionar aos favoritos

 

Carlos Cunha, ex-presidente da Câmara Municipal de Alcanena e ex-Governador Civil de Santarém, faleceu ontem prematuramente aos 52 anos de idade.

Destacado socialista do distrito, tendo também sido presidente da Federação Distrital de Santarém do Partido Socialista, Carlos Cunha foi, ao longo da sua vida, um homem que nunca baixou os braços aos desafios que foi encontrando pela frente.

Há um ano, fez questão de marcar presença na tomada de posse do seu camarada e amigo Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém.

Quis o destino que Carlos Cunha estivesse presente no anúncio da primeira candidatura de Paulo Fonseca à Câmara Municipal de Ourém, em 1997 (foto abaixo), e na sua tomada de posse, já como presidente, em 2009.

Cruzámo-nos várias vezes com Carlos Cunha nas andanças políticas, e guardamos com saudade o homem que agora nos deixou.

(1997) Carlos Cunha está entre Ferro Rodrigues e Sérgio Sousa Pinto, à direita.   


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.10.10 às 00:38link do post | adicionar aos favoritos

 

Há cerca de três meses, o Procurador-Geral da República, o substituído temporário Pinto Monteiro, declarou que os seus poderes assemelhavam-se aos de Sua Majestade a Rainha de Inglaterra.

António Martins, presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, disse esta semana que a redução de vencimentos na função pública, à qual os Juízes também não escapam, não era uma expropriação, uma nacionalização ou um empréstimo, era, isso sim, um confisco arbitrário que só os reis faziam.

Por seu lado, o grevista João Palma, presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, afirmou há duas semanas que a Lei do Orçamento do Estado para 2011, caso continue a prever a redução de 5% da massa salarial na função pública, levará os Juízes para a rua no próximo dia 24 de Novembro, uma vez que, na sua opinião, esta medida é imprópria de um Estado de Direito e violadora de princípios constitucionais fundamentais.

 

Pelas declarações desta tríplice aliança, percebemos agora que os Juízes portugueses querem é voltar ao tempo da monarquia, mas, como não têm coragem de o assumir frontalmente, despejam para a opinião pública pedaços de enigma dissimulados sob a vetusta toga negra que envergam.

Reis e rainhas, príncipes e valetes convergem para os castelos das magistraturas, fortalezas que se erguem sobre um povo desarmado e subserviente.

Esta natureza “real” da justiça, de tão “principesca” que é, surge aos olhos estupefactos de uma classe política inoperante e conivente. E, “Aqui D’El Rei” que se tocam nos interesses ou nos “direitos adquiridos” desta classe – não só caía o Carmo e a Trindade, como também os cavaleiros do reino viriam apressadamente lançar as suas setas mortais ao mais desprevenido dos inimigos.

Já o povo, na sua funesta sina de obediência, nada mais tem do que um conjunto arcaico de armas com que pode fazer valer os seus direitos e erguer bem alto, tanto quanto lhe seja possível, a sua mais que legítima indignação.

Agora, ao comemorarmos os cem anos da implantação da República em Portugal, é um golpe baixo fazerem-nos recordar que o nosso país poderia muito bem voltar a ser uma monarquia de direito constitucional.

Mas, acaso o destino nos atraiçoe, pelo menos Rainha já temos, Pinto Monteiro; resta saber se o Rei será João Palma ou António Martins. Venha o Diabo e escolha.

 

Nota: Esta é uma história de ficção. Qualquer semelhança com a realidade terá sido mera coincidência.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 22.10.10 às 01:05link do post | adicionar aos favoritos

 

Depois da ameaça que a direcção do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) materializou há duas semanas numa carta repugnante, radical e obtusa que fez chegar aos seus associados, na qual apelava à sua mobilização em prol da impugnação judicial da Lei do Orçamento do Estado de 2011 por esta prever a redução de 5% da massa salarial na função pública, eis que na passada segunda-feira (dia 18) o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Martins, afirmou, em entrevista à Agência LUSA, e ainda a propósito dos cortes orçamentais, que os Juízes estão a pagar a factura por terem, imagine-se, incomodado pessoas próximas do Governo e do PS, nomeadamente no processo “Face Oculta”.

O despautério, escarrapachado não só no site da ASJP, como também amplamente difundido pela comunicação social, traduziu-se num conjunto inusitado de declarações que, por tão execráveis que são, não podemos deixar de as reproduzir na íntegra:

 

Estamos a pagar a factura de ter incomodado, nas investigações e no trabalho jurisdicional que fazemos, os ‘boys’ do Partido Socialista. Estamos a pagar a factura do processo ‘Face Oculta’ e de outros processos anteriores. Existem 450 mil cidadãos, entre os quais os Juízes, que são vítimas de um roubo. Esta redução de vencimentos não é um imposto, não é uma expropriação, não é uma nacionalização nem é um empréstimo. É um confisco arbitrário que só os reis faziam. Os Juízes não questionam a sua contribuição para a salvação do país, na perspectiva de pagar impostos, mas [antes] não serem expropriados da sua remuneração. Os Juízes são os únicos em que os subsídios [remunerações acessórias] são reduzidos em 20 por cento. Com este orçamento, os Juízes serão os únicos cujo rendimento é reduzido em 18 por cento. Nem os políticos incompetentes que nos conduziram a este estado de coisas vêem tanta redução. Eles [os políticos] só têm uma redução de 15 por cento e, quando acabarem a sua incompetência, irão certamente ser colocados em bons cargos, como aconteceu com os seus antecessores. O Governo pretende modificar normas do estatuto dos Juízes, com o objectivo claro de obrigar as pessoas no Supremo Tribunal de Justiça a recorrer à reforma imediatamente e com o objectivo de aproveitar uma alteração que fizeram em 2008 para, a partir daí, colocarem um terço dos Juízes Conselheiros, não pessoas de carreira, mas juristas de mérito. Deve-se com certeza querer dar aqui a oportunidade a alguns ‘boys’ do PS, pois só assim é que faz sentido isto”.

 

 

Convenhamos que o que não faz sentido são estas declarações pífias que, mais do que irresponsáveis e inoportunas, revelam uma clara intromissão do poder judicial na esfera de competências do poder político, quiçá do poder legislativo, para além de porem em causa o princípio basilar da separação de poderes.

aqui escrevemos que, independentemente do mérito das medidas de austeridade vertidas no Orçamento do Estado para 2011, o momento que atravessamos exige um sacrifício de todos, e todos, pelo menos os mais afoitos de inteligência, convergem num ponto – o de que essas medidas, apesar de duras, têm que ser tomadas.

Quem ouvir falar o presidente da ASJP até pode julgar que os Juízes portugueses são uma casta à parte, legitimamente alheia ao que se passa no país e intocável, e a quem Portugal deve prestar uma vassalagem cega e subserviente. Esta é uma ideia tremendamente errada e absurda.

Finalmente, já não bastava a ideia malparida da existência de uma organização sindical dos Juízes, temos agora também de aturar os seus dirigentes a vociferarem arrogantemente contra as medidas que o Governo (seja PS, PSD ou outro) precisa de tomar para salvar o país e para defender os superiores interesses nacionais. Mal empregados se também não sentem a crise no bolso…

Haja sentido de responsabilidade. Ou então alguém que ponha cobro a esta masturbação infeliz e indecorosa que graça nas cabecinhas dos administradores da justiça deste país. Sim, porque ainda não ouvimos nenhum Juiz demarcar-se das declarações feitas por António Martins…


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 21.10.10 às 21:39link do post | adicionar aos favoritos

 

David Catarino, ex-presidente da Câmara Municipal de Ourém e actual presidente do Pólo de Turismo Leiria-Fátima, parece que não anda a dormir em bons lençóis, havendo quem o acuse de despesismo e inoperância no exercício do cargo, sendo, ao mesmo tempo, criticado por uns e ignorado por outros.

A imprensa regional vai mais longe, ao ponto de dizer que “ninguém quer este presidente”.

Na origem deste mal-estar, está o desequilíbrio das contas do Pólo de Turismo, o qual apresenta receitas a menos e endividamento a mais. Para além disso, a gestão de Catarino, ao que tudo indica, caracteriza-se pela falta de brilho e dinamismo.

Face a esta liderança apática, o ainda presidente arrisca-se a completar apenas um ano de mandato (recorde-se que assumiu as funções no ano passado, para o quadriénio 2009-2013), havendo quem aposte que a sua presidência não vai além de Novembro próximo, altura em que David Catarino terá de apresentar o orçamento para o próximo ano, em relação ao qual os autarcas social-democratas da região têm sérias dúvidas de que será um orçamento convincente.

A somar a isto, está o facto de, neste momento, a maioria dos municípios abrangidos pelo Pólo de Turismo Leiria-Fátima serem socialistas, o que reforça a ideia de que a gestão de David Catarino, a ter entrado efectivamente num caminho sem retorno, tem os dias contados.

David Catarino, por seu lado, contra-argumenta dizendo que a situação está controlada, não só porque existem financiamentos do QREN que irão ajudar a saldar os compromissos de 2009 e 2010, mas também porque existem perspectivas de apoio por parte do Turismo de Portugal. Logo, afirma o presidente, “não estou preocupado com a situação presente”.

Numa tentativa de salvar a pele, tem na manga um conjunto de medidas que, espera, possam contribuir para inverter a situação deficitária em que se encontra o Pólo de Turismo, como seja a venda de produtos da região nos postos de turismo e a repartição dos custos de exploração com os municípios.

Resta saber se este pacote de medidas será exequível e se chegará a tempo de evitar o seu afastamento da liderança do Pólo de Turismo Leiria-Fátima. Há já quem aposte que não.

Refira-se, por último, que este imbróglio nada nos espanta tendo em conta o buraco financeiro sem fundo que David Catarino deixou na Câmara Municipal de Ourém, cuja gestão, igualmente despesista e inoperante, colapsou o nosso desenvolvimento e a nossa prosperidade. Definitivamente, a gestão da coisa pública não é a praia de David Catarino, é uma área onde não se sente minimamente à-vontade (mas, também não é o único) e onde revela deficiências inultrapassáveis. Resta-lhe arrumar as botas ou então dedicar-se exclusivamente ao ensino, uma área onde parece que tem valor, ou não tivesse granjeado recentemente um louvor pelos seus préstimos na direcção pedagógica da Escola Profissional de Ourém.

Pelo exposto, deixamos aqui um apelo a David Catarino: não tente dar à gestão da coisa pública aquilo que não tem. E o que não tem, também já não lhe nasce. 


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