Agora que o Mundial de futebol terminou, importa reflectir sobre o significado que este acontecimento trouxe para o marginalizado continente africano que, apesar de um certo amadorismo, abriu definitivamente as portas para a organização de eventos de grande dimensão. Venceu a melhor equipa, aquela que desenha cada jogada como de uma obra de Gaudí se tratasse. Não deixa de ser irónico que, quando se fala da emancipação independentista da Catalunha, sejam os jogadores naturais desta província espanhola a fazerem a diferença, numa comunhão com bascos, andaluzes e madrilenos. Transpondo isto para a nossa realidade social, deveríamos deixar de lado as quezílias politico-partidárias e desportivas, e por uma única vez, trabalharmos em união pelo objectivo de tirarmos o país do estado deplorável em que se encontra.
Mais uma vez obrigado pelo post e, como referi no primeiro comentário sobre a "Maçã Podre?", este tipo de dissertações são enriquecedoras para quem as lê. De facto, quem nos dera, a nós, portugueses, conseguirmos esquecer, nem que fosse por momentos, as divergências futebolísticas, ideológicas, os bairrismos e as tricas entre norte e sul, este e oeste. Os espanhóis já provaram às evidências que o patriotismo saudável está acima de qualquer divergência, por maior ou menor que seja. Nós, portugueses, continuamos arreigados a uma pobre cultura do individualismo, da inveja e da mediocridade que nos está a ser letal a cada dia que passa.