Fernando Nobre, Manuel Alegre e Defensor Moura já apresentaram as suas candidaturas à Presidência da República.
Pese embora o facto das eleições presidenciais terem um cariz supra partidário, onde o que conta são os candidatos e não os partidos, a verdade é que estes acabam sempre por assumir um papel preponderante nas eleições ao declararem o seu apoio formal a um determinado candidato. Neste sentido, quer Fernando Nobre, quer Manuel Alegre, quer ainda Defensor Moura são assumidamente candidatos da “ala esquerda”, contando Manuel Alegre com o apoio efectivo, primeiro do Bloco de Esquerda e, depois, do Partido Socialista, circunstância que motivou algum alarido no Largo do Rato e que não deixa de causar uma certa divisão dentro do próprio PS. A começar pelo próprio Mário Soares, que não se escusa de evidenciar a sua inimizade (ou birra?) em relação a Manuel Alegre.
O país espera, entretanto, que Cavaco Silva apresente a sua mais que certa recandidatura a Belém e desfaça mais este seu tabu.
Já hoje, o Partido Comunista, que tradicionalmente apresenta um candidato, desfez o seu tabu, indicando o nome de Francisco Lopes, deputado e dirigente do PCP, como seu candidato a Belém.
Pelo lado do Partido Popular, apesar de já terem sido ventilados alguns nomes, parece quase certo que o seu apoio irá direitinho para Cavaco Silva, caso este, assim a família o deixe, apresente a sua recandidatura.
Finalmente, mas não menos importante para a saúde da nossa democracia, existe sempre a possibilidade de surgirem candidatos apoiados por partidos com menor expressão eleitoral, sobretudo de esquerda, como é o caso sempre emblemático de Garcia Pereira.
Vamos, pois, no que às presidenciais diz respeito, esperar pelas cenas dos próximos capítulos.