Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém, foi há umas semanas atrás acusado de lhe ter saltado a tampa em plena reunião da Assembleia Municipal por, alegadamente, ter sido interpelado com desonestidade intelectual pelo líder da bancada social-democrata, João Moura, que acusou a gestão socialista de só andar a fazer trapalhadas, facto que fez com que o presidente perdesse a compostura, baixasse o nível da contra-ofensiva e acusasse o seu adversário político de mentir descaradamente, numa simbiose mútua de despautérios inusitados e muito pouco ortodoxos e democráticos.
João Moura afirmou que o executivo socialista estaria agora na sua terceira fase, a da “trapalhada”, sendo que a primeira foi a do “estado de graça” e a segunda a do “vazio de ideias e de conteúdos”.
Como quem não se sente não é filho de boa gente, Paulo Fonseca foi obrigado a apelar à honradez política, mas deixando nas entrelinhas que João Moura era um mentiroso.
Por seu lado, João Moura, em defesa da honra, lá foi dizendo que se sentia ofendido e que a expressão mentir é demasiado forte.
A avaliar pelo filme, não nos restam dúvidas de que as reuniões da Assembleia Municipal são tudo menos monótonas, para além de que se estão a tornar muito exóticas.
Vai daí, surgiram logo vozes críticas que compararam a postura do presidente à do seu antecessor David Catarino, uma espécie de clonagem perfeita no que aos modos austeros, à arrogância e ao descontrolo das palavras no exercício do poder diz respeito.
Sem prejuízo do texto que já publicámos aqui sobre este assunto, interrogamo-nos se não haverá nesta história toda alguma ponta de verdade, até porque olhando para a foto abaixo, há qualquer coisa, que não sabemos bem o que é, mas que não bate certo…