Pompeia
24 de Agosto de 79 D.C.
1932 anos depois
TUDO ACABOU
É uma hora da tarde; três horas foram suficientes para arrasar Pompeia.
Durante todo o dia de 24 e de 25, as cinzas e os lapilli continuaram a cair; as cinzas são até cada vez mais abundantes. Colunas de fumo saem sem cessar da cratera. Todas as aldeolas vizinhas do Vesúvio estão cobertas de cinza. A escuridão é total até à manhã do terceiro dia. Nesse momento, o vento conseguirá por fim rasgar o véu que escurecia o sol. Este voltou a encontrar progressivamente a sua força, à medida que as nuvens se dissipavam, e iluminou finalmente um espectáculo de horror. A sul e a leste do vulcão nada mais se avistava a não ser cinzas esbranquiçadas; Herculano tinha desaparecido debaixo da lama, Pompeia estava sepultada sob toneladas de cinzas, que atingiam cinco e por vezes sete metros! Únicos vestígios: alguns pedaços de muralha do Fórum, sepultado mas ainda em pé, que emergiam aqui e ali. Em Estábias, terceira cidade mártir, a camada de cinzas atingia três metros. O vento transportou finíssimas partículas de pó vulcânico até Roma, até à costa africana e mesmo até ao Egipto!
Milhares de fugitivos erravam pelos caminhos, espalhando o terror com as suas narrações apocalípticas. Dois mil pompeianos nunca mais voltariam a ver a doce Campânia e o céu azul.
Mas o sol tinha regressado, o Vesúvio acalmara-se. Tudo somado, a vida podia voltar a ser bela na baía de Nápoles, mas nunca mais haveria cidades felizes no sítio onde Herculano e Pompeia haviam perecido. Apenas Estábias veria renascer sobre as suas ruínas a actual Castellamare.
FIM