Novo Blog para o Concelho de Ourém. Rumo à Excelência. Na senda da Inovação
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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 05.07.12 às 17:50link do post | adicionar aos favoritos

“O único erro de José Sócrates foi ter integrado no Governo gente que, há anos, considerava sustentável o sistema de pensões que existia.

Só agora e com uma década de atraso, se reparou na sua impossibilidade.

Quem «vê» com dez anos de atraso não pode servir num tempo de mudanças rápidas, como é o nosso.

Não temos margem para andar tão devagar e com vistas tão curtas.

Por várias razões, o Estado social português não poderá manter-se intacto com uma economia que cresce, duradouramente, a uma taxa anual da ordem de 1%, ou até menos; com um desemprego instalado e muito elevado; com uma estrutura etária desequilibrada; com níveis já altíssimos de despesa pública e de carga fiscal; com um universo de «recebedores» do estado que ronda os 6 milhões de pessoas, considerando os funcionários, os pensionistas, os diversos subsidiados e beneficiários.

E assim por diante.

Reformas de preservação do Estado social não são de esquerda nem de direita, são de senso comum, de gente com visão do futuro e sem temor da verdade”.

 

Medina Carreira, Setembro de 2009


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 14.10.11 às 01:01link do post | adicionar aos favoritos

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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 07.07.11 às 23:14link do post | adicionar aos favoritos

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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 17.06.11 às 19:31link do post | adicionar aos favoritos

 

Já Churchill dizia que não são os partidos da oposição que ganham eleições, mas antes é o partido do poder que as perde.

Por cá, algumas mentes mais iluminadas também disseram que não foi o PSD nem o CDS-PP que venceram as legislativas de 5 de Junho passado, foi o PS de Sócrates que as perdeu ingloriamente.

Não sabemos se a narrativa está certa, apenas constatamos que Passos Coelho é agora o primeiro-ministro de Portugal, com um governo de coligação com o CDS-PP.

Sabemos também que o Partido Socialista foi o grande derrotado nestas eleições, e que José Sócrates, ao assumir em plena noite eleitoral que os resultados negativos alcançados pelo PS eram de sua única responsabilidade, entendeu que havia chegado o momento de abrir um novo ciclo político dentro do próprio Partido Socialista, dando assim espaço a uma nova liderança e a uma nova estratégia, e escancarando os corredores do partido para que as tropas se comecem a mobilizar para eleger o novo secretário-geral do Partido Socialista.

 

Seguro e Assis, já mobilizados para o embate final, terão certamente razões para achar que a conjuntura internacional e as medidas duríssimas, mas necessárias, que têm vindo e continuarão a ser impostas aos portugueses foram as principais razões para que estes penalizassem o seu partido nestas eleições.

Nem será estranho que os socialistas se mostrem inclinados a repetir o mesmo argumento de que a bola de neve das crises financeira e económica internacionais terem sido fatais para o país, a que se juntaria a crise das dívidas soberanas e o efeito dominó que as sucessivas medidas (ou não-medidas?) tiveram ao nível do crescimento da economia, mas também no equilíbrio das contas públicas.

 

Nesta perspectiva, e ainda à luz da ideia de Churchill, parece de admitir que foi de facto o Partido Socialista (o partido do poder) que perdeu as eleições, e não o PSD que as ganhou.

Ainda que este argumento possa ser verdade, dentro do PSD certamente há-de prevalecer a ideia de que os portugueses “chumbaram” a avaliação de desempenho do governo, não só pelo percurso irresponsável e sinuoso a que Sócrates expos o país ao longo (sobretudo) dos últimos quatro anos, com muitas curvas e contracurvas, mas também porque, por consequência dessas erradas políticas e má prática governativa, o governo contribuiu para o descalabro económico e financeiro do país e, em particular, do ponto de vista social e das condições de vida dos portugueses.

Aqui o PSD encontra os condimentos necessários para cantar vitória, e acaba por subverter mais uma vez a ideia de Churchill, subsistindo a dúvida de saber se foi o PSD que venceu as eleições ou se foi o PS que as perdeu.

Alguns poderão dizer que ambas as afirmações são verdadeiras, ou seja, quer estejamos do lado do partido vencedor ou do partido derrotado, as perspectivas vão sempre condizer com a posição que ocupamos: se um partido ganha as eleições, o impulso natural é para se afirmar vitorioso e assumir o feito como uma grande conquista; já se se tratar do partido derrotado, a tendência é no sentido de que assuma essa derrota e interiorize essa perda.

Foi assim com Passos Coelho e com José Sócrates.

Sócrates assumiu plenamente os resultados eleitorais que penalizaram o PS, pôs o seu lugar à disposição do Partido Socialista e afastou-se por tempo indeterminado.

 

Passos Coelho interiorizou a sua vitória, embora as actuais circunstâncias do país não deixassem margem ao partido para exteriorizações frenéticas de entusiasmo pela conquista do poder.

Coelho foi comedido na festa, não cantou de galo, mas nem por isso deve ter deixado de sentir um enorme alívio e um impulso de entusiasmo e alegria. Certamente que na sua óptica não foi o PS que perdeu as eleições, foi o PSD e a sua liderança que melhor soube conquistar a confiança dos portugueses e venceu as eleições.

O problema aqui não é pois de forma, é antes de conteúdo.

Na verdade, não importa tanto saber se é o partido que está no poder que perde as eleições em detrimento daquele(s) que está(ão) na oposição, nem se a tónica deve ser colocada naqueles que, estando na oposição, ascendem ao poder pela vitória nas eleições.

O que importa saber é qual a razão por que um partido perde eleições.

Logo, o que importa saber nesta história não é se o Partido Socialista encara este desaire eleitoral como uma responsabilidade sua, ou se o PSD beneficiou do desgaste do governo e da crise instalada no país para se refastelar em São Bento.

Não nos importa que o PSD assuma a vitória e que o PS expie os seus pecados.

O que vemos como mais importante é que o novo governo, juntamente com os parceiros sociais e a sociedade civil, saiba doravante, entre outras coisas, estar à altura das dificuldades, saiba aproveitar os numerosos diagnósticos realistas sobre o país que foram sendo feitos ao longo dos anos, saiba corrigir os erros e enquistamentos que corroem o funcionamento da administração pública como um todo, saiba procurar consensos e compromissos alargados para a exigente tarefa de aplicação do programa de resgate assinado com as instituições internacionais, ou que, numa perspectiva macroeconómica, seja ambicioso o bastante para resolver de uma vez por todas o estrangulamento da actividade económica, a sua estagnação e recessão, o problema do endividamento público e privado, o desequilíbrio das contas públicas, já para não falar no plano social e no desemprego, questões que têm vindo a acentuar-se e a constranger de forma absolutamente penosa as famílias portuguesas.

 

Mas, este é também o momento para enveredarmos por uma exigente reflexão sobre o queremos ser enquanto país, que objectivos temos para Portugal, e desses, quais irão moldar e condicionar as nossas tarefas actuais.

Afinal, em ordem a que superiores interesses nacionais estamos todos convocados para o jogo arriscado e de sacrifício que o futuro nos reserva?

Não basta dizermos apenas que o país é um pântano ou que está de tanga, que existem esqueletos escondidos no armário e que só discutimos “pintelhos”, ou ainda que não há dinheiro nem para mandar cantar um cego.

Não basta dizer ou criticar, é preciso agir, mas com urgência.

O erro em que Portugal caiu durante largos anos – o de discutir os problemas pela rama e não os aprofundar nem os encarar de frente, reféns que sempre estão os partidos políticos da popularidade dos seus governos e da perspectiva egocêntrica de uma reeleição – conduziram-nos ao ponto de ruptura em que nos encontramos.

Agora, é tempo de sermos nós – os portugueses – a criar uma ruptura com os paradigmas obsoletos do passado e a catapultar o país para a linha da frente.

E Portugal tem tantas possibilidades…

Esperamos que o governo de coligação PSD / CDS-PP não nos desiluda e que faça aquilo que o governo de Sócrates não fez, sob pena de estarmos a desperdiçar uma das últimas oportunidades de ouro para agarrar com sucesso o futuro.

Quem ganha e quem perde? Quem ganha não sabemos, mas quem perde é seguramente o país e os portugueses.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 23.03.11 às 22:17link do post | adicionar aos favoritos

 

Já se esperava que, com o chumbo do PEC 4 no parlamento, o primeiro-ministro José Sócrates apresentasse a sua demissão. Isso mesmo foi referido pelo próprio nas diversas entrevistas e conferências de imprensa que foi dando nos últimos tempos.

Agora, com uma crise política em cima de uma crise económico-financeira, espera-se que todos os partidos com assento parlamentar não fujam com o rabo da seringa e não deixem de assumir as suas responsabilidades.

É que, nesta altura em que a economia do país, das empresas e das famílias se encontra tremendamente esfarrapada, não há coisa pior do que, mais uma vez, assistirmos à culpa morrer solteira.

A verdade, a triste e nua verdade, é que a culpa não é só do PS ou do PSD, ou só dos partidos da Oposição: a culpa é de todos e de cada um deles.

Qualquer que seja o partido que saia vencedor das próximas eleições terá forçosamente que demonstrar e provar aos portugueses que não só mudarão as moscas, como também a porcaria não será a mesma.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 10.11.10 às 23:28link do post | adicionar aos favoritos

 

Falar em grandes obras no concelho de Ourém, nos últimos dez a quinze anos, é falar obrigatoriamente da construção do Itinerário Complementar nº 9 (vulgo IC9), uma obra de envergadura anormal para o que estávamos habituados, mas que, nem por isso, deixou de estar isenta de avanços e recuos que quase a mataram e muitas vezes a adiaram.

Com efeito, muitos têm sido os entraves que foram sendo colocados à construção do IC9 no concelho de Ourém. Vejamos alguns exemplos:

 

a) Decisores políticos incompetentes e incapazes, que não souberam alavancar este projecto e implementá-lo em devido tempo;

 

b) Presidentes de junta (mormente aqueles em que as suas freguesias eram / são atravessadas pelo IC9) que se aliaram àqueles decisores incompetentes na ignorância e nas questiúnculas bairristas subservientes aos interesses particulares;

 

c) Gente influente da nossa praça que achava esta obra simplesmente desprezível e sem qualquer utilidade prática para o nosso concelho;

 

d) Um Plano Director Municipal (PDM) que era (e continua a ser) irrealista, mal concebido e inibidor do nosso desenvolvimento; ou

 

e) A existência de organizações ambientalistas que, armadas em únicas defensoras da natureza, vêem destruição em todo o lado e não perdem uma oportunidade para entravar qualquer projecto que cheire a progresso e a modernidade.

 

O rol de entraves seria naturalmente extenso, mas há, pelo menos, três denominadores comuns em todos eles: incompetência, falta de ambição (visão) e interesses particulares instalados.

Na verdade, fala-se há muito tempo – tempo até demais – na construção do IC9, mas fomo-nos habituando a aceitar naturalmente os seus sucessivos adiamentos, talvez por já não acreditarmos que isso fosse algum dia possível.

Não que isso fosse uma fatalidade inevitável, mas porque já não acreditávamos na capacidade dos decisores políticos para seguir em frente com o projecto, para reivindicar junto dos organismos nacionais, regionais e locais a sua construção e para se baterem afincadamente pelos interesses superiores do concelho.   

Esta desilusão latente dos oureenses foi ganhando expressão à medida que as sucessivas lideranças autárquicas se iam sucedendo, sem que se vislumbrasse qualquer luz ao fundo do túnel ou um sinal claro de que as coisas podiam ou estavam a mudar.

Não, em vez disso, o que fomos assistindo foi a um desfile de vaidades pífias e incompetências descomunais, até mesmo ao nível da concertação estratégica de esforços e interesses (legítimos) entre os vários municípios abrangidos por este troço rodoviário.  

À incompetência demonstrada, veio somar-se a falta de ambição e de visão. A visão suficiente para pôr em marcha um projecto desta envergadura, olhando mais para a frente, para o futuro, em vez de ficarmos enredados nas ideias pequenas e provincianas do “orgulhosamente sós” e das “vistas curtas”.

Uma visão que nos teria permitido criar há mais tempo uma nova centralidade para o concelho de Ourém no contexto regional e nacional, sabendo daí retirar todas as potencialidades de investimento e de crescimento que uma infra-estrutura como esta nos pode oferecer.

Mas não. Fizemos tudo ao contrário. Preferimos agir como os anões, que vivem na sua aldeia de pequenos sonhos e se contentam com um mundo de pequenas realidades.  

Aos homens (ou mulheres), sobretudo com responsabilidades políticas, exige-se que tenham ambição e visão de futuro, que tenham iniciativa, criatividade e paixão nas actividades que desenvolvem e deixem um lastro de progresso nos seus mandatos.

Finalmente, quando juntamos à incompetência e à falta de visão de futuro os interesses particulares instalados, então aí é que o caldo fica todo entornado.

É que o exercício de um cargo público não é compatível com a cedência a quaisquer interesses particulares, não é compatível com interesses menores que se sobreponham ao interesse geral, assim como não casa bem com “favores”, “amizades” e corrupção.

A verdade é que, também neste ponto, as forças de bloqueio falaram mais alto e armadilharam a pouca vontade que ainda pendia sobre quem tinha o poder e a obrigação de decidir. Pior que isso, só mesmo os próprios decisores políticos a armadilharem as suas vontades e decisões.

 

Seria bom que todos aqueles que enaltecem agora a obra, mas que contribuíram no passado, directa ou indirectamente, com a sua incompetência, falta de visão e conivência com os interesses instalados para o seu adiamento ou não construção, que todos aqueles anões que tecem veladas críticas destrutivas ao projecto e se circunscrevem apenas à tal aldeia de pequenos sonhos e se contentam com um mundo de pequenas realidades, seria bom que todos eles sentissem vergonha e rezassem um acto de contrição.   

Feitas as contas deste rosário, resta-nos uma certeza: não fossem as trapalhadas estapafúrdias a que fomos assistindo no passado, e já teríamos chegado há mais tempo ao ponto em que nos encontramos hoje.

Um ponto sem retorno, porque o IC9 é agora uma realidade inexorável e que se recomenda.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 09.11.10 às 22:20link do post | adicionar aos favoritos

 

Tomemos como exemplo o maior avião comercial do mundo: o A380 – um colosso que alberga nas suas asas quatro potentes motores que o impulsionam em direcção aos céus.

Se, por hipótese, um dos quatro motores deixar de funcionar, o avião não perde sustentação e continua no ar.

No entanto, a performance original ficará afectada, e tanto mais se deteriorará se acaso se seguir a avaria de um segundo motor.

Mesmo assim, com a perda de dois motores, o nosso A380 continuará no ar, mas agora aconselha-se que procure aterrar o mais depressa possível para evitar males maiores.

Imaginemos agora que, ao invés de motores de avião, temos os motores da economia, sem os quais os países não andam nem progridem.

Atribuamos ao motor nº 1 o consumo interno, ao motor nº 2 a despesa pública (investimento público), ao motor nº 3 o investimento privado e, finalmente, ao motor nº 4 as exportações.

Todos os quatro motores têm de funcionar plenamente para que cada um deles possa desempenhar a função para que foi idealizado.

Tal como num avião, se o motor do consumo interno avariar, isso não será bastante para despenhar a economia, mas que o país ficará descompensado, lá isso é verdade.

Se juntarmos a esta avaria o colapso do motor da despesa pública e, logo a seguir, a falha do motor do investimento privado, então, à semelhança do avião, também aqui é prudente e aconselhável que o piloto leia os procedimentos de segurança e ponha a salvo os passageiros do seu país.

Esta imagem de um avião com os seus potentes motores foi utilizada há umas semanas pelo Governador do Banco de Portugal, para explicar o modo como funcionaria a economia se os seus quatro motores deixassem de funcionar em pleno.

O que o Governador não explicou foi que também é possível falar em pilares da economia e, desses, como as fotos demonstram, só o dos cidadãos contribuintes continua a funcionar a todo o gás.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 08.11.10 às 18:51link do post | adicionar aos favoritos

 

A nível profissional, terá lugar amanhã a Auditoria Anual ao Sistema de Gestão da Qualidade da empresa onde exercemos a nossa actividade, de acordo com os princípios da Norma ISO 9001:2008, um acontecimento que já se repete há quatro anos e que se vai enraizando nos nossos hábitos e métodos de trabalho.

Tudo em ordem a satisfazer ao máximo as necessidades e expectativas dos nossos clientes, sempre com a preocupação de respeitar as normas e os regulamentos aplicáveis à nossa actividade, num processo gradual de melhoria contínua.

Mas, não é do nosso caso em particular que vos queremos falar hoje.

Trazemos hoje este tema, não só porque o achamos tremendamente pertinente nos dias que correm, mas também porque se trata de um sistema que pode ser aplicado tanto a organizações privadas como públicas.

Na verdade, as câmaras municipais, enquanto entidades públicas, têm vindo a adoptar cada vez mais este modelo de gestão, o qual consiste, em traços gerais, na avaliação levada a cabo por um Organismo Certificador devidamente acreditado, que atesta que determinada organização cumpre todos os requisitos da Norma ISO 9001 e que incorpora nas actividades que desenvolve princípios importantes de gestão relativos, por exemplo, à focalização nos clientes, à liderança, ao envolvimento das pessoas ou à melhoria contínua.

 

Trata-se, de facto, de uma mais-valia para as organizações, porquanto a sua produtividade sai reforçada (pela estruturação dos seus processos) e bem assim a sua imagem fortalecida pelo prestígio inerente à própria Certificação.

E as câmaras municipais podem e devem usufruir destes benefícios. Através da Certificação da Qualidade, serviços como as actividades de “Instrução e Pagamentos de Actos”, a “Recolha de Resíduos Sólidos Urbanos”, a “Gestão da Limpeza Urbana”, a “Adjudicação de Empreitadas”, a “Reparação e Manutenção de Viaturas”, a “Autorização de Obras de Edificação” ou o “Licenciamento de Operações de Loteamento e Obras de Urbanização” constituem bons exemplos de áreas onde as câmaras municipais podem melhorar o desempenho dos seus processos.

Esta optimização dos processos internos permite às câmaras oferecer não só serviços de maior qualidade aos cidadãos, como também fazer uma gestão mais eficiente dos recursos de que dispõem.

Aliás, há até quem defenda que a Certificação das autarquias de acordo com a Norma ISO 9001 é cada vez mais importante, principalmente porque o que se visa é uma melhoria contínua dos serviços prestados aos cidadãos, sustentada numa demonstração de confiança e empenho por uma organização e por uma gestão cada vez mais transparente e profissional.

A verdade é que a Administração Pública, em geral, e as câmaras municipais, em particular, sentem, cada vez mais, a necessidade de equilibrar a prestação de um serviço de qualidade aos cidadãos com os custos que lhes estão associados e com as receitas que geram ou obtêm.

Por outro lado, as organizações, sejam públicas ou privadas, para além da Certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade, podem obter ainda certificações, nomeadamente, no âmbito da “Gestão Ambiental”, da “Segurança Ocupacional”, da “Responsabilidade Social” ou da “Segurança Alimentar”.

 

A terminar, formulamos daqui votos para que a Câmara Municipal de Ourém, na pessoa do seu presidente, Paulo Fonseca, siga, entre outros, os exemplos dos municípios da Guarda, Castanheira de Pêra, Celorico de Basto, Guimarães, Lisboa, Nelas, Porto, Batalha, Cantanhede, Mira, Trancoso ou Vila Nova de Gaia, e implemente também o seu Sistema de Gestão da Qualidade – a bem de TODOS, e pela prestação de um verdadeiro serviço público eficiente e de qualidade.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 25.10.10 às 19:38link do post | adicionar aos favoritos

 

1. No passado dia 17 de Setembro, na rentrée do Jornal “Notícias de Ourém” após umas merecidas férias, ao desfolharmos o jornal fomos surpreendidos por uma agradável novidade, na página 15, na “coluna da esquerda”, com um texto de opinião de Carina João, fatimense e deputada do PSD à Assembleia da República pelo distrito de Santarém.

À sua nova coluna, que já aqui mereceu referência, deu a autora o título de “Actualidades”, fazendo antever que os oureenses, no sentido mais lato do termo (abrangendo, por isso, todo o concelho), passariam agora a dispor de um contraponto à “coluna da direita”, protagonizada há já algum tempo por António Gameiro, urqueirense e igualmente deputado à Assembleia da República pelo distrito de Santarém, mas eleito pelas listas do PS.

Confessamos que vimos com bons olhos esta nova coluna de opinião, não só porque, na nossa terra, parece reinar uma certa timidez que leva as pessoas a não expressar, frontal e publicamente, as suas ideias ou opiniões, mas também porque a pluralidade de pontos de vista é enriquecedora para o debate e o confronto de ideias.

E a propósito disto, é um facto que muito poucas pessoas têm a coragem de dizer o que pensam, sobretudo quando estão amarradas a qualquer poder instalado ou numa posição de subserviência em relação a esse mesmo poder. Outras ainda, passado o frenesim das campanhas eleitorais, eclipsam-se e nunca mais ouvimos falar delas.

Coarctadas da sua liberdade de expressão, estas pessoas acabam por tornar-se acéfalas, sombras ambulatórias do poder, apêndices partidários ou meras caixas de ressonância dos seus líderes partidários.

Para além disso, é legítimo, pelo menos para quem está de fora, pensar que estas figuras simbólicas nada nos têm para contar, que não seja um discurso alinhado ao milímetro com as “cassetes” que ouvem.

É por isso que já fazia falta, muita falta aliás, termos no nosso concelho os pontos de vista do maior partido da oposição (quer a nível nacional, quer local), para não sermos obrigados a comer sempre do mesmo prato.

Não obstante tudo isto, e apesar de a coisa prometer, devemos dizer que, afinal, a montanha pariu um rato.

 

 

2. Na verdade, Carina João, que já vai nas suas terceiras actualidades, começou-nos por falar da proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD, tecendo rasgados elogios à actuação e às opções preconizadas pelo seu líder, isto é, Pedro Passos Coelho (outra coisa não seria de esperar, a menos que pertencesse à ala dos dissidentes social-democratas). Ora, não pondo em causa a necessidade óbvia de rever a Constituição, adaptando-a às novas realidades que vivemos, pensamos, contudo, que o momento escolhido não foi o mais oportuno, já que as energias e capacidades dos partidos políticos deviam estar antes direccionadas (e aqui incluímos o governo) para a resposta à crise económica e social que enfrentamos. Foi um disparate e uma irresponsabilidade flagrantes trazer, nesta altura, para o debate político esta questão, como se o país não tivesse coisas mais urgentes e importantes para fazer e decidir. E se alguém pensa que a revisão constitucional é o éden que Portugal precisa para encontrar todas ou algumas das respostas para os seus actuais problemas, estará sem dúvida a levitar no espaço sideral.

Para que essa revisão constitucional fosse altamente profícua para os interesses nacionais, que é como quem diz, para os interesses de milhares de portugueses que andam a sentir na pele a incompetência e o desvario irresponsável e criminoso de quem nos tem governado nos últimos anos, seria necessário termos políticos sérios e honestos, orientados por um verdadeiro sentido de estado e missão pública, e isso, infelizmente, no nosso país é já uma espécie em vias de extinção. E os que ainda resistem nesta selva de pedra, não estão para compactuar com carreiristas balofos nem misturar-se com estas seitas malandras.

A primeira actualidade de Carina João foi, por isso, uma mão cheia de nada, um embuste político, uma caixa de ressonância do que vai ouvindo pela São Caetano à Lapa e por São Bento, não trazendo novidade nem tão-pouco profecia.

 

3. Na semana seguinte, ficámos atónitos ao abrir o “Notícias de Ourém” e não ver lá Carina João na sua “coluna da esquerda”! Pensámos: mas que passagem tão fugaz teve esta jovem e humilde senhora. Afinal, onde se meteu ela? Terá desistido? Teriam sido censuradas as suas actualidades?

Não queríamos acreditar, e claro que ficámos tristes, muito tristes e decepcionados. Não era justo ficarmos apenas com o preciosismo da revisão constitucional… A coisa prometia, e agora nada. Bolas, mas que raio se teria passado?

Foi então que no dia 1 de Outubro as dúvidas se dissiparam pois, ao abrirmos o jornal na mesma página 15, lá estava ela, sorridente e feliz, a preto e branco bem sabemos, mas com um semblante muito feliz. Uau, vociferámos logo, vamos ter mais actualidades!

Desta vez, era a educação e a qualificação dos portugueses. Tema sério e importante, sem dúvida, mas estávamos curiosos e ansiosos pelas novidades.

Mais uma vez, constatámos que a montanha pariu um rato, e o discurso da jovem deputada, alinhado milimetricamente com o dos seus pares, estava carregado de emoção e despejava ódios e rancores na forma como os socialistas andam a tratar a educação em Portugal.

Foi numa viagem a Taiwan (e logo pensámos: eis o motivo da ausência da sua “coluna da esquerda” naquela semana), viagem essa à custa certamente do erário público, que é como quem diz de todos nós, que Carina João, entrosando com o Ministro dos Negócios Estrangeiros local (mas que chiquíssimo), descobriu a poção mágica do sucesso para a educação: a aposta nas pessoas, na sua educação e qualificação!

Ora aí está a pólvora que nos faltava, como se um país pudesse evoluir e criar riqueza com cidadãos estúpidos, burros e embrutecidos.

Parece-nos por demais evidente que se um país não apostar fortemente na educação, instrução e qualificação das pessoas, não irá passar da cepa torta nem impulsionar o seu crescimento económico, social, cultural, científico ou político.

Enquanto preferirmos gastar no supérfluo e não investirmos naquilo que gera riqueza, seja de que ordem for, continuaremos a ser um povo acéfalo, oportunista, invejoso e medíocre. Salvo as honrosas excepções, que também as há, felizmente.

Claro que é mais fácil e conveniente atirar as pedras para o quintal do vizinho, sacudir a água do capote e dizer: a culpa é de quem está no poder. Este chavão é conhecido, mas revela a hipocrisia das pessoas.

Cara Carina João, nós também sentimos vergonha de ter tido uma ministra da educação, já lá vai muito tempo (um tempo tão antigo que, a avaliar pela sua “tenra idade”, se calhar ainda nem sequer tinha nascido), que nos impôs, no final do 12º Ano, a nós e a outros milhares de jovens deste país, uma prova de acesso ao ensino superior, errática na substância e injusta na forma, que determinou que 12 anos da nossa vida escolar tivessem um peso / importância para o Ministério da Educação de apenas 30%, ao passo que às três horas de duração da prova foi atribuída uma ponderação de 70%! Este instrumento educativo foi denominado de PGA (Prova Geral de Acesso – ao ensino superior, entenda-se), e claro que o efeito social directo desta inolvidável medida, da autoria da sua incondicional Mestra Manuela Ferreira Leite, aquela que só fala (na) verdade, fez com que milhares de jovens, cheios de sonhos e projectos, batessem com o nariz na porta das universidades e engrossassem o caudal dos descontentes com o sistema de ensino deste pequeno país à beira-mar plantado.

Ora, hoje o ensino em Portugal não está melhor nem pior do que o ensino desse tempo: progrediu-se numas coisas, mas também se regrediu noutras. Culpados? Há-os, sem dúvida. Quem são? Social-democratas, socialistas e democratas cristãos, ou seja, os que nos têm governado nos últimos 36 anos. Significa isto, em bom português, chamar os bois pelos nomes.

Não adianta, portanto, sacudir a água do capote, ou fazer discursos redondos e evasivos como o seu, estimada Carina João.

A História é um repositório de verdades demasiadamente irrefutáveis e sérias, o qual não se coaduna com verborreias populistas, disparates ou discursos fantasiosos ou hipócritas.

 

 

4. Chegados a 15 de Outubro, percebemos então que a “coluna da esquerda” era um espaço de reflexão quinzenal, facto que nos tranquilizou, pois já estávamos a imaginar que as actualidades de Carina João eram meras intermitências políticas que ressonavam ao sabor do vento.

Desta vez, fomos bafejados com um texto cujo título, “O Pântano de Sócrates”, altamente sugestivo como se vê, fazia adivinhar o que por ali vinha.

Aonde é que já tínhamos ouvido esta expressão? Pensámos nós…

E não foi preciso fazermos um exercício mental extraordinário para nos lembrarmos que António Guterres, no seu segundo governo, apresentou a sua demissão precisamente porque já não aguentava o pântano que se vivia nessa altura no país.

Mas, antes de Guterres, já Cavaco Silva havia deixado o país em maus lençóis e, depois de Guterres, tivemos Durão Barroso, autor da igualmente celebérrima expressão “o país está de tanga”, o mesmo que passou a pasta a Santana Lopes e fugiu para ir ocupar a presidência da Comissão Europeia, já para não falar deste último que, de tantas trapalhadas e asneiras que fez, acabou com um cartão vermelho do Presidente da República Jorge Sampaio, que se viu obrigado a dissolver o parlamento e a convocar eleições antecipadas.

Como vê, estimada Carina João, de asneiras e de disparates estamos nós todos fartos, e o pântano de que nos fala é apenas o resultado de sucessivos (des) governos incompetentes e imbecis que temos tido em Portugal nos últimos vinte e cinco anos.

Quando ouvimos falar hoje o Presidente da República Cavaco Silva no aproveitamento estratégico do Mar para o nosso desenvolvimento e crescimento económico, com o qual estamos absolutamente de acordo, convém, no entanto, que o país não se esqueça de que foi o mesmo Cavaco Silva, na altura primeiro-ministro, que, face ao deslumbramento dos milhões vindos da CEE, acabou com o que restava da nossa agricultura, das pescas, da marinha mercante, das minas (abandonadas e fechadas), da indústria, etc., etc., etc..

Quem não se lembra, aliás, dos famosos cheques chorudos que o país recebeu precisamente para acabar, por exemplo, com a agricultura? Há até quem afirme que esse abandono custou a Bruxelas uns “míseros” 600 milhões de euros, preço demasiado elevado para o nosso país, já se si com uma economia terceiro-mundista, e agravada por ter ficado dependente apenas do turismo e do comércio e serviços.

Carina João refere ainda que “este governo vai deixar-nos a maior dívida pública dos últimos 160 anos”, mas esquece-se, deliberadamente ou não, que o mundo, e Portugal por arrastamento, experimentaram a maior crise económico-financeira dos últimos 100, para a qual os governos (não só o português) não souberam encontrar as melhores respostas para lhe fazer frente.

Ora, independentemente das opções políticas que cada governo europeu e mundial adoptou para fazer face a esta crise, cujos efeitos nefastos ainda hoje se fazem sentir, a verdade é que, e nisso o PS tem razão em continuar a lembrar aos portugueses, às debilidades estruturais internas veio juntar-se as consequências do liberalismo económico desregrado, da desregulação dos mercados financeiros e da inércia com que os estados foram observando o funcionamento, e o posterior dasabamento, do modelo económico até agora tido como perfeito e inabalável.

Aqui reside a mudança de paradigma reivindicada por todos aqueles para quem a passividade dos estados, face ao poder económico e financeiro, já há muito deixou de ter qualquer significado e razão de ser. Só muito tarde os governos se “aperceberam” do falhanço deste modelo económico e, quando isso aconteceu, já era tarde de mais.

Deste modo, ao contrário do que Carina João nos quer fazer crer, as debilidades estruturais do país não são uma consequência única e exclusiva do governo de José Sócrates, mas antes o acumular de trapalhadas e irresponsabilidades cometidas pelos decisores políticos ao longo dos últimos 25 anos.

 

Se Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, derreteu a nossa agricultura, as nossas pescas ou a nossa marinha mercante (temas agora falsamente caros para quem tem demasiadas culpas no cartório), também António Guterres não lhe ficou atrás, o qual teve a “ingenuidade” de pensar que o país iria conseguir suportar eternamente um aumento significativo da despesa apenas com base nos rendimentos gerados pelo comércio e pelo turismo, actividades que acrescentam pouco valor à nossa economia e das quais nenhum país pode viver por muito tempo.

Mas, grosso modo, o que os números nos revelam acerca da evolução da economia portuguesa nos últimos 20 anos, é que verificou-se uma expansão elevada na parte final dos anos 80, uma contracção em 1993, crescimento forte na segunda metade dos anos 90 (Guterrismo), quase estagnação nesta década, com nova queda em 2003, e recessão profunda em 2009.

António Guterres, que vivenciou este forte incremento da nossa economia na segunda metade dos anos 90, com um crescimento médio do PIB de 4%, deslumbrou-se com os milhões jorrados de Bruxelas e, em vez de aproveitar este excesso de liquidez para amortizar a nossa dívida pública, preferiu engordar o “monstro” (havendo mesmo muitos, muitos mesmo, “Jobs for the Boys”), desbaratar o dinheiro, incentivar o consumo privado e o endividamento das famílias, de que são exemplos o famoso crédito bonificado à compra de habitação, que levou a que milhares de jovens famílias se endividassem por muitos e longos anos junto da banca, ou o crédito facilitado ao consumo para fins tão diversos desde a compra de automóvel, passando pelos electrodomésticos e mobiliário, até às férias nas Caraíbas.

Portugal estava no seu “melhor”, era um (im) perfeiro “El Dourado”, muito também à custa da nossa entrada no Euro. Mas, vivia-se sobretudo muito acima das nossas possibilidades, e o governo, principal responsável por este descalabro despesista, não soube estar à altura dos acontecimentos e travar aquilo que muitos anteviam como o suicídio colectivo de um país.

Portugal a viver acima das suas possibilidades e a gastar mais do que aquilo que produzia, só podia mesmo estar a caminhar em direcção ao pântano que levou Guterres a bater com a porta e a Durão Barroso a afirmar que “o país estava de tanga”.

 

E Portugal não melhorou com o governo efémero de Santana Lopes, antes pelo contrário, ganhou, isso sim, mais despesismo inútil e muitas trapalhadas. Ao ponto de o próprio Santana Lopes, qual Manuel Pinho do PS, declarar que o país não estava em crise e que se recomendava. Tanto se recomendava, que fechámos o ano de 2005 com um défice de 6,1%. Precisamente esse défice que Sócrates viria a herdar e com o qual foi confrontado no início do seu primeiro mandato.

A história de José Sócrates, essa, também tem mostrado à evidência que nem sempre foram tomadas as melhores opções para fazer face aos problemas que enfrentamos. A governação socialista também está recheada de coisas menos boas e que poderiam muito bem ter sido evitadas, não fosse o autismo / autoritarismo que tem caracterizado a acção política do primeiro-ministro. E não é só José Sócrates e os “boys” do PS (em todos os partidos existem “boys”), que têm contribuído para o descrédito do governo socialista e da política em geral: parte dessa responsabilidade também está do lado as oposições, que não têm sabido (ou querido) estar à altura das responsabilidades que o país tem enfrentado e continua a enfrentar. É que, apesar de ser mais politicamente correcto afirmar que a culpa é exclusivamente do governo, os partidos da oposição não se podem demitir do dever de formarem alternativas credíveis e responsáveis a quem quer que esteja a gerir o país.

Apesar de haver ainda muito para dizer, e porque o texto já vai longo, permita-nos finalmente rebater, estimada Carina João, o último parágrafo das suas actualidades.

Afirma que “a culpa deste descalabro não é da crise. São os socialistas que nos governam. O país das maravilhas de Sócrates, mais não é que o pântano por si alimentado”.

Deixe-nos dizer-lhe que as asneiras de Sócrates, que também as há (como acima ficou demonstrado), são apenas o fim de um rosário que já vai longo e que teve o seu começo há 25 anos atrás.

 

O pântano a que chegámos, não é propriedade exclusiva do actual primeiro-ministro, é fruto de sucessivos erros políticos estratégicos que fomos cometendo ao longo dos últimos anos, graças à irresponsabilidade e à incompetência dos nossos governantes.

E é também por causa de comentários pífios como o seu, permita-nos que o digamos com todo o respeito, que o descalabro há-de continuar, infelizmente, ainda por alguns anos.

Sacudir a água do capote ou tentar passar por entre os pingos da chuva são malabarismos tacticistas a que esta reles classe política já nos vem habituando há muito tempo. E é um hábito com tanto tempo, que para a esmagadora maioria dos portugueses já é normal que assim seja.

Quem a ouvir falar, cara Carina João, fica com a sensação que Portugal nasceu em 2005, o que, como todos sabemos, não é verdade.

Assim sendo, a elevação da política reclama também que haja da sua parte seriedade e honestidade para que, em vez de se esconder atrás de tácticas eleitoralistas execráveis e inverdades flagrantes e malparidas, explique aos oureenses e aos portugueses que o estado a que chegou o nosso país é fruto de uma cadência histórica de actos políticos errados e perfeitamente identificados, de opções duvidosas e com múltiplos protagonistas, aos quais a História de Portugal não deixará certamente de fazer a justa referência. Para que as próximas gerações possam separar o trigo do joio, e saibam verdadeiramente o que é que os políticos e os portugueses dos séculos XX e XXI fizeram pelo seu país e o que é que andaram cá a fazer.

 

5. Continuamos a pensar que seria mais importante vermos nas colunas do “Notícias de Ourém” o trabalho desenvolvido pelos nossos deputados na Assembleia da República em prol do seu concelho, do que extensas dissertações que nada ajudam ao progresso da nossa terra. Partindo do princípio que a maioria da população do concelho de Ourém, sobretudo a mais idosa, não acede com regularidade à Internet (se é que chega a aceder), e cujo único meio de informação local é o jornal, diga-nos lá então, cara deputada, para além das alterações ao traçado do IC9, em que outras matérias de relevante interesse para o nosso concelho tem a senhora participado? Ou a jovem deputada acha que isso não é importante e os oureenses só prestam para lhe pagar o ordenado?


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 20.10.10 às 23:01link do post | adicionar aos favoritos

 

O líder do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, tem andado nos últimos dias com os olhos postos no céu e a rezar para que Deus e Todos os Santos o ajudem a descalçar a bota do Orçamento do Estado para 2011 (OE 2011).

Irá o PSD viabilizar ou não o OE 2011 é o tabu do momento, já que o outro tabu, o da recandidatura presidencial de Cavaco Silva, irá ser finalmente desvendado no próximo dia 26 de Outubro, pelas 20h00, no Centro Cultural de Belém.

Por seu lado, esta quarta-feira, Passos Coelho e o PSD deram um passo em frente no afastamento desta neblina que paira sobre a aprovação do Orçamento, o qual irá ser discutido e votado na generalidade nos dias 2 e 3 de Novembro no parlamento.

Falando aos jornalistas, o líder social-democrata afirmou que o PSD encontra-se disponível para despender um derradeiro esforço de concertação para viabilizar o OE 2011, abrindo caminho para uma eventual viabilização, o que não deixa de ir ao encontro das opiniões já formuladas por notáveis do seu partido (desde Marcelo Rebelo de Sousa, passando por Manuela Ferreira Leite, Pacheco Pereira e Paulo Rangel, acabando em Durão Barroso – todos defendendo o superior interesse nacional), mas lá foi deixando em cima da mesa um acervo de propostas / condições sem as quais a posição do PSD poderá ser extremada ou radicalizada.

As propostas, já apresentadas na Assembleia da República, reflectem as preocupações do PSD e terão de ser asseguradas pelo governo, sob pena de os deputados laranjas não se absterem e chumbarem o OE 2011.

Os pressupostos são os seguintes:

 

1. O Governo deve assegurar a verdade e a transparência das contas públicas, ao qual se exige que preste efectivamente contas acerca da real situação financeira do país, aumentando as garantias da sua monitorização independente;

 

2. O Governo deve promover uma maior equidade na distribuição dos sacrifícios, cortando mais na despesa do Estado, nomeadamente ao nível dos consumos intermédios e das transferências para o sector empresarial do Estado, de forma a penalizar menos as pessoas;

 

3. O Governo deve canalizar essas poupanças para diminuir o agravamento fiscal, seja ao nível da subida do IVA (deve subir apenas 1% - passar para 22 em vez de 23%; alguns bens de primeira necessidade, como o leite com chocolate, as margarinas, etc. devem continuar a ser taxados a 6%), seja ao nível das despesas sociais das famílias para efeitos de dedução no IRS das despesas de saúde, habitação e educação;

 

4. O Governo deve pôr um travão nas novas obras públicas e parcerias público-privadas, não permitindo adicionais agravamentos dos encargos daí resultantes, no sentido de não onerar ainda mais e por mais tempo as futuras gerações.

 

Resta dizer que o PSD viabilizará o OE 2011, contribuindo com a sua já mais que provável abstenção, se estas medidas forem acolhidas pelo Governo.

Não obstante, a verdade que prevalece no meio desta trapalhada toda é que não só a celeuma criada em torno da aprovação do Orçamento do Estado para 2011 revela a incapacidade e a irresponsabilidade dos decisores políticos, como também as trocas de galhardetes e as mútuas acusações travadas entre PS e PSD, que não nos levam a parte nenhuma nem nos resolvem os problemas, são prejudiciais à democracia e engrossam cada vez mais a desconfiança dos portugueses e o seu afastamento em relação à política. 


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 03.10.10 às 15:23link do post | adicionar aos favoritos
 

É simplesmente chocante vermos que os vencimentos milionários anuais de apenas vinte gestores públicos seriam suficientes para pagar o ordenado a quase 60.000 funcionários públicos.

Algo não bate certo neste país. Numa altura em que já se questiona o aumento do salário mínimo para 500,00 euros no próximo ano, numa altura em que a maioria dos portugueses tem sido obrigatoriamente convocada a contribuir com os seus já parcos recursos para a redução do défice, numa altura em que a carga fiscal sobre os contribuintes aumenta de quatro em quatro meses, numa altura em que se continuam a exigir a todos nós sacrifícios herculeanos na ajuda económica ao país, numa altura em que as teias de interesses que envolvem o poder político, o poder económico e a banca se tornam cada vez mais conhecidas e evidentes, numa altura em que ouvimos o ministro das finanças afirmar descaradamente que já não é possível cortar mais na despesa do Estado, eis-nos que somos confrontados com uma factura pública anual de quase 53 milhões de euros para pagar a esta casta elitista que parece viver num qualquer oásis à beira-mar plantado, alheia às dificuldades e aos sacrifícios que todos sentem no seu dia-a-dia.

Após o anúncio, pelo governo, da criação de um novo imposto sobre a banca, é lamentável ouvirmos os banqueiros palrar em uníssono que esses novos custos terão que ser reflectidos nas facturas dos seus clientes. E, neste ponto particular, é revoltante ouvirmos o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Faria de Oliveira, presidente do banco do Estado, confirmar essa necessidade de imputar os custos do novo imposto aos clientes do seu banco, a Caixa, esse mesmo senhor obtuso que mete ao bolso todos os meses 371.000,00 euros.

Será que o país gera riqueza suficiente para pagar estes ordenados milionários? Será que a função de Presidente da República é uma mera figura decorativa da ordem constitucional portuguesa?

Então não é verdade que as empresas públicas REFER, Metro de Lisboa e Porto, CP, citando apenas estes exemplos, não são aquelas que aparecem sempre nos rankings das que dão prejuízos? Se os seus resultados financeiros são sempre negativos, paga-se aos seus administradores uma média de 70.000,00 euros por mês?

Será que o Sr. Belmiro de Azevedo continuaria a pagar a um administrador de uma empresa do seu grupo que apresentasse, ano após ano, resultados negativos?

Não, definitivamente algo vai mal neste país. Há qualquer coisa que não bate certo.

No 25 de Abril de 1974 as coisas correram bem e até se usaram cravos. A mesma certeza não temos quando chegar a próxima Revolução…


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 02.10.10 às 00:24link do post | adicionar aos favoritos

 

Na passada quarta-feira, dia 29 de Setembro, o primeiro-ministro José Sócrates convocou o Secretariado e a Comissão Política Nacionais do PS para lhes comunicar as medidas de austeridade que o governo aprovou, que se destinam a reduzir o défice orçamental, e que constam do PEC 3.

Em declarações aos jornalistas presentes no Largo do Rato, onde se localiza a sede nacional do Partido Socialista, Augusto Santos Silva, Ministro da Defesa, à pergunta se o governo não poderia ter ido mais longe no corte das despesas, de forma a evitar mais um aumento de impostos, respondeu no seu habitual tom inusitado, execrável e jocoso que mais cortes na despesa, para além dos anunciados, só se fosse no papel, nos alfinetes e nos clipes.

 

Inadmissível no tom e reles no conteúdo, esta afirmação parece confirmar o que temos vindo a defender em relação ao ministro da defesa: que é uma figura cinzenta, irresponsável e que goza com a situação difícil em que se encontra o país e a maioria dos portugueses.

Aliás, também o ministro das finanças, Teixeira dos Santos, já havia afirmado no parlamento há alguns dias atrás que a redução do défice pelo lado da despesa estava quase no seu limite, que não vislumbrava em que é que se podia reduzir mais em termos de despesas e que não era possível cortar mais, por exemplo, nas despesas com a segurança social, com a saúde ou com as pensões.

Pela nossa parte, deixamos seguidamente um texto, sob o título “Propostas para minimizar o peso da despesa do Estado nas contas públicas” que fizemos publicar no nosso anterior Blog, que foi escrito na sequência de um apelo feito pelo nosso conterrâneo e amigo Francisco Vieira, e que passamos a reproduzir na íntegra:

 

“Há dias, numa "rede social", Francisco Vieira secundava um "levantamento popular", que já se vem notando no país há algum tempo, a favor da apresentação de propostas que visem o corte nas despesas do Estado. Não querendo nós apropriar-nos aqui dessas propostas, permitimo-nos, no entanto, elencá-las numa simples reflexão sintética daquelas que, de acordo com um já largo espectro da população, poderiam ser as próximas medidas de austeridade a apresentar a Bruxelas e aos portugueses. Assim, cavalguemos no seguinte:

1º Extinção dos Governos Civis;
2º Redução de 230 para 180 deputados na Assembleia da República;
3º Imposição da regra de 10 para 1 nas entradas na Administração Pública (ou seja, pelo menos, por cada 10 funcionários que saiem, só entra 1);
4º Reduzir o número de ministros, secretários de estado, "subs", assessores, secretárias, conselheiros, adjuntos de conselheiros e por aí em diante;
5º Trocar as flores naturais nas cerimónias oficiais por flores de plástico (como a França já fez);
6º Cortar as viagens em primeira classe de quaisquer titulares de cargos públicos, com excepção dos titulares dos órgãos de soberania;
7º Reduzir ou extinguir quaisquer ajudas de custo, benefícios, benesses e outras coisas tal;
8º Extinguir as reformas vitalícias;
9º Redimensionar a frota automóvel, reduzindo a quantidade e a qualidade da mesma;
10º Cortar nos investimentos inúteis e desnecessários, como já começam a ser as autoestradas;
11º Extinguir serviços e institutos públicos replicados, ineficientes e que só servem para empregar "boys" e clientelas;
12º Extinguir empresas municipais, obrigando as câmaras a integrá-las na sua estrutura e a afectar-lhes os seus recursos;
13º Retirar da Constituição da República Portuguesa o princípio despesista e clientelar da instituição em concreto de regiões administrativas;
14º Privatizar empresas públicas deficitárias, procurando salvaguardar sempre o princípio da subsidiariedade, em que ao Estado cumpre "apenas" velar por aqueles sectores que a iniciativa privada não cumpre tão bem e de forma universal, como a saúde, a educação, a protecção social, a energia...
15º Aceitar a "recomendação" de Bruxelas de acabar com as "Golden Shares" em empresas estratégicas e, com isso, poupar em prémios chorudos de administradores nomeados e medíocres, que chocam e escandalizam o comum dos mortais;
16º Indexar à universalidade dos funcionários públicos um sistema de avaliação de desempenho justo e moralizante, que sirva de referência para aumentos salariais, promoções ou outros;
17º Extinguir juntas de freguesia em concelhos de grande densidade populacional, que apenas replicam serviços e absorvem recursos públicos, começando por algumas em Barcelos;

18º Definir regras rigorosíssimas nos concursos públicos, a todos os níveis da administração, para evitar as famosas e criminosas derrapagens orçamentais, em que há luvas para todos, todos saíem a ganhar, e o “Zé Povinho” é que se lixa;

19º Indexar os aumentos salariais na função pública à inflação, à produtividade e à conjuntura do momento, proibindo expressamente os aumentos eleitoralistas e acima da inflação em ano de eleições;

20º Incentivar os funcionários a poupar em recursos escassos, como a água, a energia, o papel…;

21º Reduzir os gastos em telecomunicações, incentivando o uso do telemóvel pessoal e a utilização dos meios públicos com ponderação e bom senso.

22º Restringir as nomeações políticas ou os favores de carácter pessoal, subordinando-as a critérios claros de curriculum, competência e idoneidade…”.

 

 

Notas finais: houvesse vontade política desta gente trapalhona, trapaceira e oportunista, e de certeza absoluta que não era preciso sacrificar mais os portugueses com aumentos de impostos e outras coisas tais.

 

José Ortega y Gasset disse: “Quando a política se entroniza na consciência e preside a toda a nossa vida mental, converte-se numa doença gravíssima”.

 

Nós reformulamos a citação: quando a política se entroniza na consciência de gente corrupta e sem escrúpulos, converte-se num mal insofismável para os cidadãos.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 01.10.10 às 23:03link do post | adicionar aos favoritos

 

Volvidos cerca de quatro meses sobre a apresentação do PEC 2, eis que nos surge o primeiro-ministro José Sócrates e o ministro das finanças Teixeira dos Santos, na passada quarta-feira, dia 29 de Setembro, a anunciar ao país, à Europa e ao Mundo, um novo pacote de medidas adicionais ao PEC 2, a constarem do OE 2011, desta vez na sua terceira versão, o PEC 3. Das medidas anunciadas, sobressaem à partida a redução de 5% nos salários da função pública e o aumento do IVA para 23%. Mas, vejamos mais em pormenor estas medidas:

 

- Ao nível da despesa:

1. Corte de 5% nos salários dos funcionários públicos, onde se incluem todas as entidades, como sejam os institutos e empresas públicas (a medida visa atingir um corte de 5% na massa salarial, começando com uma descida de 3,5% para os rendimentos brutos entre 1500 e 2000 euros, atingindo os 10% para os rendimentos mais elevados);

2. Congelamento das pensões e das progressões automáticas na administração pública;

3. Eliminação do 4º e 5º escalão do abono de família e eliminação do aumento extraordinário de 25% nos primeiros dois escalões, também do abono de família;

4. Cortes nas ajudas de custo, horas extraordinárias e acumulação de funções;

5. Redução de 20% nos gastos com o RSI (Rendimento Social de Inserção);

6. Redução de 20% nos gastos com a frota do Estado;

7. Redução do número de trabalhadores contratados;

8. Congelamento, até ao final do ano, de todas as despesas de investimento;

9. Cortes em sede de PIDDAC para 2011.

 

- Ao nível da receita:

10. Aumento da taxa normal do IVA para 23%;

11. Introdução de limites às deduções das despesas de saúde e educação em sede de IRS;

12. Criação de um novo imposto sobre a banca;

13. Actualização das taxas, multas e penalidades (as taxas dos serviços públicos serão aumentadas, em especial nas áreas da Justiça e da Administração Interna);

14. Aumento da contribuição dos trabalhadores para a CGA (Caixa Geral de Aposentações), que aumentará 1%;

15. Transferência de 2600 milhões de euros de um fundo de pensões da Portugal Telecom para a órbita do Estado.

 

Com estas medidas, o governo prevê conseguir um corte na despesa pública de 3420 milhões de euros, ao passo que as medidas pelo lado da receita deverão gerar um encaixe de 1700 milhões. Tudo somado, o governo espera que estes 5120 milhões de euros sejam suficientes para alcançar o objectivo de 4,6% de défice no final de 2011.


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 18.09.10 às 01:52link do post | adicionar aos favoritos

 

1. O governo anunciou finalmente a anulação do concurso para a construção do troço Lisboa – Poceirão do TGV, que incluía a terceira travessia do Tejo, mas manteve a intenção, até porque já está para breve, de construir a ligação Poceirão – Caia.

Diga-se, desde já, que somos totalmente a favor da Alta Velocidade (vulgo TGV) entre Lisboa e Madrid (pelo menos numa primeira fase).

É uma infra-estrutura estratégica para o nosso país (e não só para Espanha, como se diz erradamente e à boca cheia), que nos vai ligar à Europa, é geradora de investimento e de emprego, irá gerar riqueza para o país e potenciar o crescimento económico. Disso não temos dúvidas absolutamente nenhumas.

Aliás, quem pensa pequeno, é medíocre, tem vistas curtas e nunca saiu de Portugal é que pode dizer o contrário.

Assente este ponto, vamos à segunda parte, que é como quem diz à oportunidade do investimento.

Como o próprio governo sabia, a oportunidade deste investimento, tendo em conta a situação financeira do país e o futuro que não é risonho em termos económicos, era completamente inusitada e extemporânea.

Perante uma nação falida e endividada até ao pescoço, ou melhor, até à cabeça, seria um suicídio persistirmos neste projecto e endividarmos as futuras gerações, não já os nossos filhos e netos, mas a quarta ou quinta geração.

Era um disparate, uma irresponsabilidade e um crime digno de julgamento sumaríssimo.

O país não comporta e os portugueses não podem admitir que se ande a esbanjar o pouco dinheiro que temos, a maior parte emprestado, em megalomanias que só fazem sentido se vivêssemos, conjuntural e estruturalmente, num “Eldorado”.

Mas, em particular, não é essa a realidade do país, mas também da Europa e do mundo.

Estamos cercados por dificuldades nunca antes experimentadas e absorvidos por uma crise imensa que não podem ser maquilhadas nem escamoteadas, principalmente por quem nos governa.

A actualidade é deveras complexa e difícil para que nos demos ao luxo de “masturbarmos” as nossas vaidades em prol de experiências pessoais que custam um preço demasiado elevado aos portugueses, a todos nós que continuamos a sentir sair dos bolsos o dinheiro que os desgovernos que temos tido ao longo das últimas décadas têm insistido, deliberada e vergonhosamente, a usurpar-nos.

Não podemos tolerar que haja mil e cem milhões de euros para pagar uma tolice de dois submarinos, que daqui a uns anos nem peças nem dinheiro temos para os pôr operacionais, quando todos os dias os portugueses sentem na carteira os desvarios infames de uma certa classe política corrupta, irresponsável, arrogante e sem qualquer sentido de serviço público.

E logo agora que tanto se fala em serviço público e naquilo que a educação e a saúde representam para a maioria dos portugueses.

Não podemos andar, por um lado, a apregoar para as televisões a defesa intransigente do Estado Social, e ao mesmo tempo, por outro, a brincar com as finanças do país.

Qualquer português ou qualquer família sabe, e não é preciso ser doutor ou engenheiro, que se o seu rendimento mensal disponível é de 1000, não pode gastar 2000. Se gastar 2000, vai precisar de pedir outros mil emprestados para cumprir os seus compromissos. E, nessa altura, ou tem um amigo do peito que lhe empresta e perdoa a dívida, ou vai ter que recorrer à banca para pagar os mil que pediu emprestado, mais os juros. Se, no mês seguinte, em vez de 1000, vai gastar 1500, tendo o mesmo rendimento de 1000, então a sua dívida já não vai ser de 1000 mas de 2500, mais os respectivos juros. E assim por diante.

É deste modo execrável que anda o nosso Estado. Contrai dívida para pagar a dívida acumulada anterior.

Isto tem de ter um fim. E, se trocarmos as letras, dá FMI. Infelizmente.

Ora, TGV ou submarinos não são efectivamente o “pão” que os portugueses precisam neste momento.

Aceitaríamos esses investimentos se não conhecêssemos a nossa realidade presente.

 

 

2. Mas, a realidade presente mostra-nos à evidência que os políticos têm de ter mais contenção, sentido de oportunidade e responsabilidade e, acima de tudo, têm de deixar-se de tacticismos políticos eleitoralistas, que só visam a manutenção do poder, revelam o desprezo com que encaram os cidadãos seus eleitores, para além de que tristemente só vão adiando a resolução deste grande problema que se chama Portugal.

Só que, para quem quiser, ainda há uma saída, ou uma luz ao fundo do túnel.

 

 

3. José António Saraiva dizia há uns anos que a política portuguesa caminhava em direcção à mediania, e que “os grandes homens não são aqueles que se acomodam ao seu tempo mas exactamente os que se sabem antecipar. Pelo actual caminho, teremos líderes partidários certinhos mas medianos”.

Passados estes anos todos, permitam-nos que actualizemos a frase: em vez de termos líderes partidários certinhos e honestos, temos gente mediana e medíocre.

De facto, os líderes políticos dizem cada vez menos o que pensam. E, o que é mais grave, tudo o que pensam, dizem e fazem já não é novidade.

É por isso que os políticos devem falar menos de si próprios, dos seus programas, das suas rivalidades, das suas competências, e falar mais das questões superiores à política que devem comandar as suas opções políticas.

Os partidos políticos constituem apenas um dos elementos da vida política.

Mais importantes são os movimentos sociais que defendem valores, que combatem a injustiça e, entre ambos, os movimentos de opinião animados pelos “media” e pelas organizações, e também pelos intelectuais.

Daí que hoje não é a reconstrução de um qualquer partido político que é urgente, nem sequer a formação de movimentos sociais, na medida em que estes surgem espontaneamente numa sociedade.

É necessário, isso sim, criar associações, organizações, movimentos de opinião e lançar debates de ideias.

É que, “há muito que vivemos uma política da oferta, devemos regressar a uma política da procura”.

Os políticos devem preocupar-se mais com a procura social do que com a sua própria oferta política. É preciso que voltem a dar à nossa democracia a força de representatividade que ela perdeu.

É preciso que os políticos nos dêem a sensação de sermos, mais do que eleitores, cidadãos, e, sobretudo, que façam renascer dentro de todos nós a convicção de que os políticos não são os dirigentes de um país, da sua economia e da sua administração, mas antes que estão ao serviço de grandes causas e daquilo que cada um de nós considera os seus direitos e a sua liberdade.

Mas, também é necessário que não voltemos a escutar mais aqueles que fazem da política uma profissão.

Vamos regressar ao espírito democrático, o qual assenta na subordinação da acção política a princípios superiores à política: a liberdade, a igualdade, a solidariedade.

Sem política democrática, ou seja, representativa, ficaremos condenados a encerrarmo-nos na defesa dos lobbies muito bem organizados, em detrimento quer dos mais empreendedores quer dos mais fracos.

Os políticos não devem, por isso, contentar-se em ser meros técnicos de partido, mas antes, pelo contrário, seguir o caminho mais longo para o poder, aquele caminho que lhes permitirá encontrar os actores sociais reais para maior proveito da reflexão inovadora.

Neste princípio de século, precisamos todos de uma renovação total da vida política.

Para novos problemas são necessárias novas ideias, novos actores e novas formas de acção.

E quanto mais depressa se empreender este grande trabalho de renovação, mais depressa os políticos serão conduzidos ao poder por eleitores há muito descontentes por já não se sentirem verdadeiramente cidadãos.

Se os políticos apresentarem uma nova política, verão definitivamente renascer por toda a parte ideias, iniciativas e movimentos para os apoiar e incentivar.

Quando isso acontecer, os políticos voltarão a ser os verdadeiros representantes do povo!


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publicado por João Carlos Pereira e Friends, em 09.09.10 às 01:16link do post | adicionar aos favoritos

Balanced Scorecard - Resumo

 

Muitas vezes o insucesso de uma empresa está directamente relacionado com a deficiente implementação das estratégias.

Acontece que os nossos empresários definem, por vezes, as melhores estratégias para os seus negócios, mas elas não produzem os resultados esperados.

Tal sucede, porque os processos de implementação nem sempre são os melhores e os mais apropriados.

Se somarmos a isto a falta de qualificações, a impreparação ou, se quisermos, o desconhecimento que os quadros superiores das empresas e os seus dirigentes têm em matéria de gestão, temos alguns dos ingredientes principais para esse insucesso ou, se quisermos ir mais longe, para a falta de produtividade e competitividade com que estão confrontadas a generalidade das chamadas PME's em Portugal.

Robert Kaplan e David Norton, professores da Harvard Business School e estudiosos norte-americanos destas coisas da gestão, criaram uma ferramenta para auxiliar os gestores na definição e implementação das estratégias das suas empresas, a que deram o nome de Balanced Scorecard.

O documento acima é um resumo desta ferramenta de trabalho, que tem por objectivo ajudar a compreender este processo e a colocá-lo em prática.

Diz quem já o implementou, que os resultados foram surpreendentes, não só em termos de retorno dos lucros, como também, e sobretudo, em relação à satisfação dos clientes.

E claro que, como todos sabemos, clientes satisfeitos é sinónimo de mais vendas, e mais vendas significam melhores resultados económicos.

Se quiser aprofundar esta temática, basta pesquisar na net a palavra Balanced Scorecard e verá abrir-se-lhe um mundo de janelas de oportunidade. Já para não falar na imensa literatura que há a este respeito, não só em inglês, mas igualmente em português.

Nós começámos por aqui. Depois, foi só dar asas à curiosidade e à imaginação. 

 


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